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Confirmação do PCdoB na Esplanada aumenta pressão do PV por cargos

Presidente do PCdoB, Luciana Santos será ministra da Ciência e Tecnologia. De mesmo tamanho, as duas siglas fazem parte da Federação do PT

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Ricardo Stuckert/Divulgação
Ex-presidente Lula se reuniu com lideranças de PSB, Rede, PCdoB e PV para discutir meio ambiente. Na foto ele discursa em mesa ao lado do ex-ministro Aloisio Mercadante -Metrópoles
1 de 1 Ex-presidente Lula se reuniu com lideranças de PSB, Rede, PCdoB e PV para discutir meio ambiente. Na foto ele discursa em mesa ao lado do ex-ministro Aloisio Mercadante -Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

A confirmação do PCdoB no comando de uma pasta da Esplanada dos Ministérios aumentou a pressão feita pelo PV por um espaço no alto escalão de Lula. As duas siglas integram a Federação Brasil da Esperança, encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Após atuarem em conjunto nas eleições de 2022, os três partidos deverão caminhar juntos também nos próximos quatro anos, dentro do Congresso Nacional.

Nesta quinta-feira (22/12), a presidente do PCdoB, Luciana Santos, foi confirmada ministra da Ciência e Tecnologia (MCTI). Além dela, Nésio Fernandes, atual presidente do Conass e secretário de Saúde do Espírito Santo, será nomeado para a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério da Saúde. Nésio é dirigente do PCdoB, membro do Comitê Central do partido. Enquanto isso, o PV segue sem espaço na Esplanada.

A alegação dos “verdes” é que PV e PCdoB têm o mesmo número de deputados federais eleitos (seis, cada). Além disso, argumentam que PCdoB diminuiu o tamanho de sua bancada — tem 10 na atual Legislatura e irá para seis —, enquanto o PV aumentou — tem quatro e elegeu seis.

A disputa, porém, esbarra em dificuldades internas do próprio partido durante a negociação. Há uma avaliação nos bastidores de que outras siglas, como o próprio PCdoB, foram mais hábeis nesse processo.

Os nomes sugeridos pelo PV a Lula são do presidente da legenda, José Luiz Penna; do presidente do PV-DF, Eduardo Brandão; do diretor-executivo da Fundação Verde Hebert Daniel, José Carlos; e os deputados da bancada na Câmara.

O nome do candidato do PV ao governo do Distrito Federal e palanque de Lula na capital no último pleito, Leandro Grass, não foi cotado. Deputado distrital em fim de mandato, Grass foi uma das lideranças regionais do partido que emergiu na última eleição, mas ficou isolado no processo de negociação.

Grass foi derrotado em primeiro turno pelo governador reeleito Ibaneis Rocha (MDB). Ele obteve 26,25% dos votos e computou 434.587 votos, o que foi considerado um feito pelo grupo político da esquerda do DF. A principal pauta do PV na construção da federação era essa candidatura ao GDF.

O que sobrou

Inicialmente, o PV pleiteava o Turismo, Esporte ou a Cultura. O Turismo deve ir para o PSD, enquanto a Cultura foi designada para Margareth Menezes. O Esporte era cobiçado pelo PCdoB, mas como a pasta já abocanhou uma fatia com o MCTI, pode ser que essa área fique disponível.

Segundo o Blog do Noblat, cogita-se entregar o Ministério da Pesca ao PV. Os cotados da legenda para comandar a pasta são os deputados Aliel Machado (PV-PR) e Bacelar (PV-BA). No entanto, o PT também estaria interessado nessa pasta, uma vez que o núcleo agrário do partido na Câmara trabalhou muito para o seu retorno e quer indicar o titular.

O nome dos petistas para o cargo é, novamente, o de Altemir Gregolim, que já foi titular no antigo governo Lula. Gregolim coordenou o GT da Pesca na transição. Ainda que obtenha o controle da Pesca, a pasta é vista internamente como um “prêmio de consolação”, pois as primeiras opções do Partido Verde já estão tomadas.

A sigla também tenta trabalhar para comandar cargos de segundo escalão, como secretarias e órgãos subordinados ao Meio Ambiente, a exemplo do Ibama e o ICMBio, sucateados pela gestão Bolsonaro e aparelhados por militares.

Já Grass, que é sociólogo, professor e ficará sem mandato público a partir de 2023, pode ir para algum setor ligado à área educacional, como a Secretaria de Inovação Tecnológica ou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Grass integrou o GT de Desenvolvimento Regional na transição. A pasta tem sob sua alçada a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a estatal favorita do Centrão. Também é aberta a possibilidade de ocupação de um cargo nesse ministério, a depender de quem for indicado para comandá-lo.

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