Confira os nomes cotados para assumir a direção-geral da PF
Fabiano Bordignon, diretor-geral do Depen, e Alexandre Ramagem, chefe da Abin, estão entre as opções mais prováveis
atualizado
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Com a exoneração de Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (24/04), nomes passaram a ganhar força na sucessão do comando da corporação. No entanto, o fator determinante para a escolha do substituto de Valeixo é a permanência do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Nessa quinta-feira (23/04), Moro ameaçou deixar o cargo, caso a chefia da PF fosse trocada.
Se permanecer no cargo, o ministro deve indicar pessoas próximas a ele e, no atual cenário, o nome mais forte ligado ao ex-juiz é o do delegado da PF Fabiano Bordignon (foto em destaque), diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Bordignon, inclusive, teria sido sondado nessa quinta-feira (23/04) para assumir o cargo. Ele está no Depen desde que o ministro assumiu o cargo. O policial se destaca por ter ampla experiência no sistema carcerário, na cooperação internacional e no combate às facções criminosas. Ele também é conhecido por ser um homem de diálogo. Antes de assumir o Depen, Bordignon era diretor-geral da superintendência da PF em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Outro nome cotado, que tem bom trânsito no Planalto e boa relação com o ministro, é o também delegado da PF Alexandre Ramagem, que atualmente ocupa a direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Conselheiros de Bolsonaro na área militar veem com bons olhos o nome de Ramagem, apesar de ressaltarem o conflito que isso causaria com Moro, por ser uma imposição do presidente. Ele chefiou a segurança de Bolsonaro no período de campanha.
Os filhos do presidente, por outro lado, simpatizam com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Gustavo Torres, também da PF. Torres, inclusive, se reuniu com Bolsonaro algumas vezes nesta semana. Moro, porém, não aprova o atual secretário de Segurança para o cargo.
Anderson teria se movimentado em 2019 para ocupar o cargo de Valeixo, o que gerou reação do ministro e dos próprios integrantes da PF.
A saída de Valeixo era cogitada desde o ano passado, quando Bolsonaro quis interferir na gestão da superintendência da PF no Rio de Janeiro. O então diretor-geral da PF ameaçou deixar o cargo à época defendendo a autonomia da Polícia Federal.
Na ocasião, Bolsonaro chegou a ter uma reunião com o ministro Sergio Moro. À imprensa, o chefe do Executivo nacional deixou o recado: “Quem manda sou eu”.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais na noite dessa quinta-feira (23/04), Bolsonaro ignorou a possível saída do ministro da Justiça e Segurança do governo. Pouco antes, durante coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Braga Netto, desmentiu a provável demissão de Moro.