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Confeiteiro denuncia racismo de segurança em supermercado: “Ladrãozinho”

O jovem negro fez um Boletim de Ocorrência nesta segunda-feira (24/8) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância

atualizado

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Mais um caso de racismo ganha, infelizmente, as manchetes: morador do bairro Galo Branco, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o confeiteiro Bernardo Marins, de 20 anos, tinha resolvido passar seu aniversário do último dia 18 do jeito que aprendeu no curso de gastronomia: fazendo um bolo. Para isso, ele foi, no mesmo dia, até o Extra Hipermercado do bairro Alcântara para comprar os ingredientes. Mas o jovem afirma que, ao chegar lá, um segurança do estabelecimento começou a segui-lo. São informações do jornal Extra.

“Ele falava no rádio, de uma forma nada discreta, para que a câmera me seguisse para ver se eu estava colocando alguma coisa na minha sacola. Ele fazia questão de que eu ouvisse que ele estava falando de mim. Eu fui para outro corredor e o mesmo se repetiu. Ele ficava vindo atrás de mim e ficava falando das minhas características pelo rádio”, disse o rapaz, que é negro.

Depois de passar pelo caixa, Bernardo foi até o SAC do hipermercado e pediu para falar com o gerente sobre o ocorrido. Neste momento, o segurança retornou, aos berros, falando que os bolsos dele “estariam cheios”. Depois do gerente falar que nada ocorreu, Bernardo, ao sair da loja, foi chamado de “ladrãozinho” pelo mesmo segurança.

“Eu questionei ele, perguntei se ele tinha algum problema comigo e ele disse: ‘você acha que eu sou cego, algum babaca?’. Então eu voltei no gerente, informei isso e ele me disse que o segurança já tinha marcado a minha cara, insinuando que eu já tinha roubado no mercado. Saí de lá aos prantos e pedi ajuda para a minha mãe. Ali acabou o meu aniversário”, relata Bernardo.

O confeiteiro fez um Boletim de Ocorrência nesta segunda-feira (24/8) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro, junto dos advogados Daniele Coutinho e Bruno Cândido. eLE pretende abrir um processo contra o hipermercado e um ato está marcado para o dia 12 de setembro para conscientizar as pessoas e o estabelecimento sobre o ocorrido.

Em nota, o Grupo Pão de Açúcar, que administra a rede Extra, informou que, quando teve conhecimento do ocorrido, no dia 19 de agosto, acionou a loja e começou um processo interno de apuração. A empresa teve contato com o cliente no último dia 20 para se desculpar e o incluiu no processo de averiguação dos fatos.

O segurança foi afastado enquanto o caso ainda está sendo analisado.

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