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SP: condenada por homofobia em padaria já foi presa por furto na Zara

Lidiane Biezok, que atacou funcionários de padaria em SP, já foi acusada de lesão corporal, resistência, injúria, calúnia, difamação e furto

atualizado

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1 de 1 homofobia advogada humilha clientes e funcionários de padaria 1 (1) - Foto: Reprodução

São PauloLidiane Brandão Biezok, 45 anos, que acaba de ser condenada pela Justiça por homofobia praticada em 2020 contra um funcionário da padaria Dona Deôla, em São Paulo, já foi acusada anteriormente de envolvimento em outros cinco crimes de lesão corporal, furto, resistência, injúria, calúnia e difamação.

A mulher chegou a ser presa em flagrante, em abril de 2016, por suspeita de furtar roupas da Zara do Bourbon Shopping, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, de acordo com lista de crimes levantada pelo G1.

Uma vendedora percebeu quando Lidiane tirou o alarme das peças e saiu com elas sem fazer o pagamento. Os seguranças do shopping detiveram a mulher com três camisas e um blazer, somando R$ 816, e chamaram a polícia. 

Na delegacia, Lidiane confessou o crime, mas alegou ter transtorno mental e que não estava tomando os remédios de uso contínuo por falta de dinheiro. A polícia relatou que a mãe da mulher foi ao 14º DP e confirmou a doença mental da filha ao apresentar um relatório médico dos remédios prescritos. Lidiane foi autuada e liberada após o pagamento R$ 450 de fiança.

Lesão corporal em cruzeiro

Durante um cruzeiro marítimo da MSC Turismo pela Bahia, a advogada e a irmã mais nova foram acusadas de lesão corporal, em 19 de dezembro de 2018. No entanto, o boletim de ocorrência foi registrado em janeiro de 2019 no 78º DP, no bairro Jardins, em São Paulo.

Um homem relatou ter sido agredido por Lidiane e a irmã mais nova. Ele também as acusou de terem batido em um casal durante uma briga na piscina de um navio por causa de uma toalha. Segundo o relato, uma delas mordeu o marido da mulher envolvida na confusão.

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Ela também jogou objetos na vítima
Um cliente foi defender os trabalhadores e foi agredido pela mulher
O caso aconteceu em São Paulo
Ela o chamou de "veado"
A mulher perseguiu o cliente
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A discussão na padaria começou quando a mulher reclamou de um produto e gritou com funcionários

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Ela também jogou objetos na vítima

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Um cliente foi defender os trabalhadores e foi agredido pela mulher

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Ela o chamou de "veado"

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A mulher perseguiu o cliente

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Ele foi agredido com tapas

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Lesão corporal em 2018

Em maio de 2018, a mulher chegou algemada ao 14º DP, Pinheiros, após ser acusada de lesão corporal pelo dono de um bar na Vila Madalena, bairro boêmio de São Paulo. Lidiane estava no local com a irmã, que também foi acusada.

De acordo com o boletim de ocorrência, o proprietário do estabelecimento chamou a polícia depois que as irmãs, “visivelmente embriagadas”, “quebraram copos e agrediram outros consumidores com tapas”.

Lidiane e a irmã agrediram também dois homens que haviam se sentado com elas na mesa e pagaram R$ 100 da conta. O dono do bar relatou que as mulheres se recusaram a pagar o que elas tinham consumido, no valor R$ 257.

Injúria, calúnia e difamação em 2005

O crime mais antigo nos registros de Lidiane é de 2005, quando a mulher teria xingado policiais e um taxista que a acusou de não querer pagar a corrida. Lidiane foi ré no processo por injúria, calúnia e difamação que correu na 6ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. No entanto, por decisão da Justiça, o caso foi suspenso.

Ofensas a policiais em 2017

Em fevereiro de 2017, Lidiane foi levado ao 14º DP,  em Pinheiros, por “resistência” após ter chamado policiais militares de “sem vergonha”. Os agentes abordaram a mulher após clientes do restaurante Senzala, em Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, alegarem que ela estava “tumultuando” o local.

Homofobia em 2020

Lidiane foi condenada pela Justiça a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais a um balconista, que trabalhava na padaria Dona Deôla, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo. O homem foi vítima de xingamentos homofóbicos em novembro do ano passado, quando a mulher reclamou de um lanche.

Diversos vídeos do episódio viralizaram e repercutiram na imprensa. Nas imagens, a advogada aparece agredindo e ofendendo clientes e funcionários do estabelecimento.

Veja o vídeo abaixo:

A decisão judicial é na esfera cível. Ela foi publicada em 9 de setembro no site do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). No entanto, como a defesa de Lidiane não recorreu no prazo legal, ela terá de fazer o pagamento do dinheiro a Osvaldo da Silva Santana, de 43 anos, quando a sentença foi executada. Ainda não há data determinada para isso.

“Ela me chamou de veado, de bicha, de tudo que tinha direito. Para quê essa discriminação? A gente está trabalhando”, disse o balconista à TV Globo, dois dias após as ofensas.

Após o episódio, Lidiane alegou que “sofre de doença mental grave e que, na ocasião, estava em surto”.

Também pode decisão judicial, a advogada será submetida a um exame de insanidade mental para tentar comprovar o que ela disse. Contudo, no entendimento da Justiça, “ainda que a ré seja incapaz, sobre o que não produziu sequer começo de prova, tal condição não afasta sua responsabilidade pelos prejuízos a que der causa”.

A ação judicial inicial, feita pelo advogado de Osvaldo, ainda em novembro de 2020, pedia indenização de R$ 31.350. A juíza Eliana Adorno de Toledo Tavares, da 1ª Vara do Juizado Especial Cível do Fórum Central de Juizados Especiais, condenou a ré pelo dano moral ao trabalhador, mas entendeu que o valor a ser pago a vítima teria de ser menor.

“Julgo procedente em parte o pedido, para condenar a ré ao pagamento, a título de indenização por danos morais, de R$ 5.000,00“, escreveu a magistrada na sentença. “Com a finalidade de preservar tanto o caráter punitivo como compensatório da indenização por dano moral”. “A conduta da ré, portanto, causou ao requerente dano moral consistente em ‘dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar'”.

Não ligo pelo dinheiro. Eu ligo para ela [Lidiane] pagar e sentir na pele o que é uma humilhação“, falou Osvaldo ao portal G1, sobre a sentença. “Sou gay, mas nunca sofri homofobia como essa mulher me fez sentir. Depois do que ocorreu eu não podia ver qualquer mulher loira entrando na padaria, que achava que fosse ela”.

Outras ações

Lidiane também está sendo processada na Justiça por danos morais por ter ofendido a atendente da padaria, Luane da Silva Lopes, e dois clientes, os artistas Kelton Campos Fausto Ricardo Boni Gattai Siffert, ambos de 24 anos. Ela ainda agrediu Ricardo fisicamente. Esses casos viraram duas ações cíveis, mas, no entanto, não foram julgadas.

A advogada é ré em outro processo criminal, no qual é acusada por injúria racial, lesão corporal e homofobia contra as quatro vítimas: os dois funcionários da Dona Deôla e os dois clientes. Nesse caso, a Justiça suspendeu em maio a prisão domiciliar que a mulher cumpria pelos crimes, e determinou que passasse por exame de insanidade mental.

Há suspeita de que ela tenha algum problema psiquiátrico. O teste, que é chamado de incidente de insanidade mental, ainda será marcado. Por esse motivo ela não foi julgada. O exame é realizado por peritos médicos judiciais.

Caso o resultado do teste de insanidade aponte doenças psiquiátricas, Lidiane poderá ser considerada inimputável (que não deve ser responsabilizada criminalmente por seus atos). Desse modo, não poderia ser julgada ou presa. Caberia como solução a internação num hospital psiquiátrico para tratamento médico.

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