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Concurso da Anatel quer quadro técnico para lidar com IA e fake news

Anatel faz concurso para preencher 50 vagas. As provas são em maio, e os cargos são específicos para especialistas em regulação

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O presidente da Anatel, Carlos Manuel Baigorri durante entrevista no Metropoles estúdio
1 de 1 O presidente da Anatel, Carlos Manuel Baigorri durante entrevista no Metropoles estúdio - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles @danielferreirafoto

Diante do crescimento do uso da inteligência artificial e da necessidade de um quadro técnico que saiba lidar com os avanços das redes sociais e da relação delas com as empresas de telecomunicação, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) espera do quadro de seus novos concursados capacitação diversa da que vinha sendo cobrada anteriormente.

A agência abriu concurso para 50 vagas, com provas previstas para maio deste ano, justamente para reforçar o time com esse perfil.

No total, o certame tem as 50 vagas destinadas para especialista em regulação de serviços públicos de telecomunicações, com remuneração inicial de até R$ 16.413,35. E, mesmo com déficit histórico no quadro da empresa, esses serão um reforço nesse trabalho.

E as convocações devem ser rápidas, conforme garantiu o presidente da Anatel, Carlos Manuel Baigorri, ao Metrópoles. “O perfil do concurso atual foge um pouco ao perfil tradicional dos concursos anteriores da Anatel. A gente está saindo daquele tradicional de legislação específica, economia e engenharia, e indo para habilidades mais amplas, como as de democracia, de redes sociais e de plataformas digitais de inteligência artificial”, detalhou.

Segundo Baigorri, a intenção do concurso é contratar especialistas que saibam lidar com questões de inteligência, inteligência artificial, plataformas, desinformação e fake news. “Estamos, justamente, preparando o nosso quadro técnico para esses desafios”, revelou.

Veja a entrevista:

Leia a íntegra: 

Repórter: Qual é a ideia desse concurso?

Carlos Baigorri: Nesse concurso público estamos contratando 50 especialistas em regulação. Estamos exigindo questões de inteligência, de inteligência artificial, de plataformas, de desinformação, de fake news, justamente preparando o nosso quadro técnico para esses desafios que estão postos. 

Querendo ou não, a sociedade como um todo e o Estado brasileiro vão ter de lidar com isso. E como a Anatel tem sido chamada para lidar com essa situação, com esses problemas, nós precisamos ter um quadro técnico preparado para isso.

Repórter: A prova tem previsão de chamada imediata? Como é que está a situação do concurso?

Carlos Baigorri: A gente tem 50 vagas aprovadas. Assim que tiver o concurso público, a prova e a homologação do resultado, nós já vamos chamá-los. A gente está com o menor quadro da história da Anatel, então nós estamos precisando urgentemente desses servidores, não só pela quantidade, não só pelo quadro nosso que está bastante reduzido, mas também pela questão de nós estarmos precisamos de servidores novos com essa visão mais ampliada.

Repórter: Qual o perfil do servidor?

Carlos Baigorri: O perfil desse concurso agora foge um pouco ao perfil tradicional dos concursos anteriores da Anatel. A gente está saindo daquele tradicional de legislação específica, economia e engenharia, e indo para habilidades mais amplas, como as que eu mencionei aqui: de democracia, de redes sociais e de plataformas digitais, de inteligência artificial.

Querendo ou não, esse ecossistema, essas relações estão ficando cada vez mais fluidas. As barreiras que separavam telecomunicações de plataformas digitais estão ficando cada vez menos claras, e as coisas começam a se misturar. A gente se encontrou lá na conferência de Barcelona, no MWC (Mobile World Congress), e, se você perceber, a principal pauta no MWC em Barcelona é inteligência artificial.

Esse mercado, esse grande ecossistema digital, está ficando cada vez mais misturado. E nós precisamos ter servidores que consigam entender o funcionamento desse ecossistema como um todo.

Repórter: É uma demanda global, não é uma demanda só do Brasil. Pelo que entendi em Barcelona, precisamos entender como avançar em nosso ecossistema.

Carlos Baigorri: Com certeza. Esse ecossistema, esse mercado não existe só no Brasil, existe em todo o mundo e é importante. Esse é um grande debate no âmbito internacional e é um desafio global. Como você colocou, seria importante ter uma regulamentação o mais transversal possível entre os países. Afinal, se cada país tiver uma regra, você começa a criar custos que inviabilizam o próprio funcionamento da rede. Quanto mais harmonizada for a regulamentação, as regras, isso é melhor para todo o globo.

Quanto mais harmonizada for a regulamentação desses sistemas, que são transnacionais, como inteligência artificial, plataformas digitais, melhor para o ecossistema como um todo.

Repórter: Esses 50 profissionais que vão ser selecionados, eles sanam o déficit da Anatel, ou qual é hoje a necessidade de pessoal?

Carlos Baigorri: O governo foi muito, muito sensível ao nosso pleito. O Ministério da Gestão e Inovação, a ministra Esther, foi muito sensível ao nosso pleito, e nós estamos tendo essa recomposição da nossa força de trabalho. Mesmo com essas contratações, vamos estar no menor nível de força de trabalho da história da agência, cada vez com desafios maiores. Mas nós precisamos reconhecer que o governo tem desafios muito grandes em todas as áreas.

Assista à entrevista na íntegra:

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