Comunidade judaica repudia ida de representante a jantar de Bolsonaro
Evento tinha como objetivo aproximação entre o presidente da República e empresários
atualizado
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Associações da comunidade judaica brasileira publicaram uma carta aberta em que manifestam “indignação” pela presença de Cláudio Lottenberg no jantar de aproximação entre Bolsonaro e empresários. Lottenberg é presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein e da Conib (Confederação Israelita do Brasil) e foi um dos nove empresários convidados.
Na carta, as associações Judeus pela Democracia – SP e Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil Henry Sobel afirmaram que a presença do empresário no jantar dá “legitimidade à ideia de um apoio de judeus a um projeto político que vai contra os mais altos valores humanistas e democráticos”.
A manifestação ainda ressalta que “o presidente já demonstrou em inúmeras situações a indisposição de mudar de comportamento”. “Não há cooperação possível com Jair Bolsonaro. Há apenas a cooptação”, afirmaram.
Em outro trecho da carta, as associações disseram que Luttenberg fez uma “possível confusão” entre suas agendas institucional e pessoal, atitude “irresponsável, ambígua e perigosa”.
“Não condiz com o cargo de representante político de uma comunidade que se orgulha de ser plural, nem com um órgão que se propõe, entre outros objetivos, a combater a intolerância”, diz o documento sobre a Conib.
Em seguida, a carta faz referência à data do jantar, que coincidiu com o Dia da Lembrança do Holocausto.”Por uma infeliz coincidência, a confraternização amistosa aconteceu em Yom Hashoá, dia em que lembramos os 6 milhões de judeus vítimas do Holocausto nazista.”
Por fim, as associações falaram sobre a administração de Bolsonaro em relação à pandemia: “A crueldade em rir e fazer chacota de quem padece da doença passa de qualquer limite aceitável e a humilhação internacional pela qual o atual governo nos faz passar deveria ruborizar qualquer cidadão brasileiro”.