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Compra inicial de testes para coronavírus custará até R$ 100 mi

Ministério da Saúde tem pagado entre R$ 75 e R$ 100 por kit. Governo quer comprar ou produzir até um milhão de unidades nos próximos dias

atualizado

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As autoridades sanitárias brasileiras pretendem produzir ou adquirir nas próximas semanas um milhão de kits de teste rápido para o coronavírus, causador da Covid-19. Somente com essa compra o governo gastará até R$ 100 milhões.

O Metrópoles apurou com fontes do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que o Ministério da Saúde tem pagado entre R$ 75 e R$ 100 por kit. Logo, a aquisição desse material pode variar de R$ 75 milhões a R$ 100 milhões.

A preocupação do governo federal é com a estrutura de fabricação. Atualmente, Bio-Manguinhos é responsável pela maior parcela dos testes disponíveis.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reafirmou que tem estudado medidas para aumentar a capacidade brasileira de produzir testes para o novo coronavírus.

A mais recente projeção do Ministério da Saúde aponta que a Fiocruz entregou 30 mil teses no início do mês. Depois, disponibilizou mais 5,5 mil. O laboratório prometeu outros 40 mil para abril.

Ao todo, a soma chega a 75,5 mil. Com base nesses dados, o governo teria desembolsado até o momento entre R$ 5,6 milhões e R$ 7,5 milhões na primeira leva de testes.

A Fiocruz tem capacidade de produzir cerca de 20 mil testes semanais, e o ritmo de produção tem seguido a demanda do Ministério da Saúde.

“Desperdício de recursos”

Nessa quarta-feira (18/03), o chefe da Saúde salientou a necessidade de aumentar a produção e ampliar as possibilidades de compra. Apesar do panorama, o ministro pede “serenidade e calma” para controlar o avanço da pandemia.

“Estamos trabalhando com a produção máxima de kits. Se tivermos a possibilidade, vamos adquirir também. Vamos precisar muito [de testes] para fazer o diagnóstico dos nossos pacientes mais críticos”, frisou, em entrevista no Palácio do Planalto.

Mandetta afirmou também que tudo o que é recomendado na história das epidemias é fazer testes até quando tiver transmissão sustentada. Depois disso, é realizar exames por amostragens. Ele sustenta que a indicação do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) de fazer teste em 100% das pessoas com sintomas é, do ponto de vista sanitário, um “desperdício de recursos”.

Testes em casos graves

O Ministério da Saúde admitiu que faltam testes para análise de todos os casos suspeitos. Com isso, somente pacientes com quadro grave serão testados. Inicialmente, o Ministério da Saúde distribuiu 10 mil testes para 14 estados e para o Distrito Federal.

Os testes só serão recomendados na rede pública para pessoas com quadro grave. O objetivo é economizar recursos para identificar o coronavírus nas pessoas mais vulneráveis.

O Metrópoles questionou a Fiocruz sobre a produção diária de testes, se houve aumento no ritmo de produção e qual a capacidade máxima da instituição, mas não obteve resposta. O espaço continua aberto para esclarecimentos.

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