metropoles.com

Como será o clima no Brasil em 2024 sob ação de La Niña

O ano de 2023 foi marcado por fenômenos climáticos extremos em todo o Brasil, como secas intensas e chuvas fortes

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Gilson Abreu/AEN
Imagem colorida mostra chuvas em Curitiba - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra chuvas em Curitiba - Metrópoles - Foto: Gilson Abreu/AEN

A combinação de fenômenos naturais e alterações nos padrões climáticos pode trazer desafios para toda a população brasileira este ano. O Metrópoles ouviu especialistas que explicam que os próximos meses devem ser marcados por altas temperaturas e mudança nos regimes de chuvas de algumas regiões, causados pelo fim da passagem do El Niño e começo da La Niña.

O ano passado foi marcado por extremos climáticos, causados principalmente devido à incidência do fenômeno climático natural El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Ao longo de 2023 o Brasil acompanhou uma seca histórica na Região Norte e dezenas de inundações nos estados do Sul, além de outros desastres naturais.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), o El Niño deve durar até meados de abril deste ano, quando pode atingir o seu pico.

A previsão de meteorologistas é de que o segundo semestre de 2024 seja delimitado pela iminência da La Niña, responsável pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico. No Brasil, esse fenômeno climático resulta em chuvas intensas no Norte e Nordeste, além de calor e seca no Sul.

6 imagens
Área por onde passa o Rio Negro ficou completamente seca. Ao fundo, casas de palafitas não possuem sistema de esgoto
Seca no Rio Amazonas
Chuva mata e causa estragos no Rio Grande do Sul
Chuvas provocam rompimento de ponte e isolam comunidade rural de Rio Branco do Sul
Ruas alagadas em Blumenau após chuvas
1 de 6

Jangada encalhada no leito seco do Rio Amazonas em meio à pior seca em 120 anos

Gustavo Basso/NurPhoto via Getty Images
2 de 6

Área por onde passa o Rio Negro ficou completamente seca. Ao fundo, casas de palafitas não possuem sistema de esgoto

Sarah Teófilo/Metrópoles
3 de 6

Seca no Rio Amazonas

Cadu Gomes/VPR
4 de 6

Chuva mata e causa estragos no Rio Grande do Sul

Reprodução/X (antigo Twitter)
5 de 6

Chuvas provocam rompimento de ponte e isolam comunidade rural de Rio Branco do Sul

BPMOA
6 de 6

Ruas alagadas em Blumenau após chuvas

Patrick Rodrigues/Santa

Francisco Aquino, chefe do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alerta que antes da transição do El Niño para La Niña o país passará por um período de neutralidade.

“A neutralidade significaria dizer que a gente teria chuvas mais regulares em temperaturas dentro da normalidade pro inverno no Brasil. Vamos dizer que na região Sul tem chuva e temperaturas amenas, enquanto teria a redução da precipitação entre o Centro-Oeste, o Pantanal, o sul da Amazônia”, afirma Francisco Aquino.

O professor da UFRGS esclarece, no entanto, que, devido ao aumento das mudanças climáticas, esse período de neutralidade talvez não esteja tão definido. O que pode causar uma alteração no índice de chuvas registradas no Brasil ao longo do ano.

“A expectativa de neutralidade pensando em Brasília, no Centro-Oeste do Brasil, seria ter temperaturas amenas para esta época do ano [inverno], como o esperado, e obviamente um período de estiagem típica, não uma estiagem severa como aconteceu nos últimos três, quatro anos”, complementa Francisco Aquino.

Os efeitos da La Niña no Brasil devem começar a ser sentidos no Brasil no começo da primavera, no final de setembro. Karina Lima, doutoranda em Climatologia, esclarece que a tendência da La Niña é de seca no Sul e chuvas intensas no Norte.

Altas temperaturas

Um relatório divulgado pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, nessa terça-feira (9/1), revela que a temperatura de 2023 ficou 1°C acima do nível pré-industrial de 1850 a 1900. O documento acrescenta ainda que, durante metade do ano passado, as temperaturas ultrapassaram 1,5ºC.

“É importante ressaltar que independentemente do El Niño, o aquecimento global continua aumentando e sabemos que, em um mundo mais quente, a tendência geral é de aumento de frequência e intensidade de eventos extremos”, destaca Karina Lima.

“É difícil prever com muita antecedência quando os eventos extremos ocorrerão e as consequências dos mesmos, visto que os desastres dependem não só da magnitude dos fenômenos, mas também do grau de vulnerabilidade local. E lidar com a não linearidade das consequências das mudanças climáticas é um dos grandes desafios”, esclarece a doutoranda.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?