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Como prevíamos, antivacinas estão desesperados com vacinação infantil

Semana em fakes. Anvisa aprovou vacinas para crianças entre 5 a 11 dias têm sido intensos em relação à desinformação sobre vacinas

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Aline Massuca/ Metropoles
Enfermeira em um posto de saúde no Rio de Janeiro prepara a dose da vacina contra Covid-19
1 de 1 Enfermeira em um posto de saúde no Rio de Janeiro prepara a dose da vacina contra Covid-19 - Foto: Aline Massuca/ Metropoles

Há exatamente duas semanas, o Boatos.org, em um A Semana em Fakes, previu que o movimento antivacina tentaria a última cartada para frear a vacinação em crianças. Isso se concretizou na semana em que a Anvisa aprovou a vacina da Pfizer para crianças entre 5 a 11 anos no Brasil.

O que não têm faltado na internet nos últimos dias são notícias falsas e argumentos frágeis para defender a tese indefensável de que não devemos vacinar as crianças. Um exemplo ilustrativo está nos comentários de um vídeo (que pode ser visto abaixo) que o Boatos.org fez para refutar teses apontadas por um médico norte-americano que apontou erroneamente que a “proteína spike causam danos irreversíveis”, que “vacinas são experimentais” e que o “bom” é deixar as crianças se infectarem (no melhor estilo “imunidade de rebanho”).

O vídeo teve um volume, por assim dizer, “não-natural” de comentários (vocês devem imaginar o porquê). Para piorar, em vez de se utilizarem de uma argumentação minimamente razoável, os internautas (ou robôs) só se limitaram em martelar em teses já refutadas e atacar (de forma inócua, aliás) quem fez o desmentido e a vacinação.

Logicamente, as teses falsas não ficaram apenas em comentários de quem desmente fake news. Além da notícia falsa que usou a fala do médico em questão, desmentimos outras seis notícias falsas sobre vacinas ou “substitutivos dos imunizantes” nos últimos sete dias. Ou seja: tivemos, em média, desmentir uma fake news de ataque às vacinas por dia.

Dentre as notícias falsas que circularam nos últimos dias, houve áudio falso (e gigantesco) sobre os males da vacina (com direito a uma história sobre um exame chamado Dímero-D), sobre Taiwan ter admito que vacinas matam mais que a Covid-19, sobre Elon Musk ter se recusado a ser vacinado e que a Anvisa alertou que vacinas causam “morte súbita” e “ataque cardíaco”. Houve, ainda, notícias falsas sobre a ivermectina e nitazoxanida (de novo) serem “eficazes” contra Covid-19.

Como vocês viram, os ataques às vacinas (e a quem faz checagem) se intensificaram. Só que, ao contrário de outros momentos, em que chegamos a ter medo que esse movimento influenciasse a população em geral, o que vimos nesta semana nada mais é do que uma ação desesperada de quem está perdendo uma batalha. Tudo que foi apresentado é “mais do mesmo” e já não convence (pelo menos se ficarmos alertas) quase ninguém.

As vacinas se mostraram, na prática, seguras e eficazes no combate à pandemia. A ciência e órgãos (como a Anvisa e o STF) têm agido contra o negacionismo e qualquer ação que vise (assim como no ano passado) prejudicar a imunização em massa. A população (de uma forma ou outra) tem aderido à vacinação. Não vai ser agora que meia dúzia de fake news sem nexo e com viés político vai reverter a situação. Estamos de plantão para evitar que isso ocorra.

Trends da semana

As palavras mais buscadas no Boatos.org nos últimos dias foram, em ordem crescente, Ankole, Mercado Livre, Robert Malone, Pfizer, Preço gasolina RLAM, Ivermectina, Seguro Defeso, Nitazoxanida, Prato para autista e Bolsonaro.

Os desmentidos mais lidos do Boatos.org nos últimos dias foram, em ordem crescente, sobre a notícia falsa que apontava que o Mercado Livre daria presentes de Natal para quem compartilhe um link no WhatsApp, sobre um pedido de doação de prato para uma criança autista, sobre um vídeo de Robert Malone sobre vacinação de crianças, que digitar Ankole revelaria fotos secretas no Google e que Zeca Pagodinho teria morrido aos 62 anos.

No Twitter, no Instagram, o conteúdo com maior engajamento era o que desmentia que Max Verstappen havia dedicado o título mundial de Fórmula 1 a Bolsonaro. No Facebook, o conteúdo com maior compartilhamento era o que desmentia que um professor que foi agredido por um pai de uma menina de 13 anos era esquerdista.

No Telegram, o conteúdo mais visto foi o A Semana em Fakes da semana passada, que falava da variante Ômicron. Por fim, no YouTube, o conteúdo mais visto era o que desmentia informações sobre vacinação de crianças em um vídeo de Robert Malone.

Edgard Matsuki é editor do site Boatos.org, site que já desmentiu mais de 6 mil notícias falsas

Uma das novidades do Boatos.org para 2021 é a seção “A Semana em Fakes”. Periodicamente, faremos análises sobre os assuntos mais recorrentes em termos de desinformação na internet. Este conteúdo ficará aberto para republicação em outros veículos de mídia. No momento, publicamos o conteúdo no Jorn., Portal Metrópoles, Portal T5, Conexão Marília e O Anhanguera (caso tenha interesse, entre em contato com o Boatos.org para saber as condições). Para ver todos os textos da seção, clique aqui.

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