Como evitar e denunciar o “golpe das frutas” do Mercadão de São Paulo
Clientes podem fazer denúncia no Procon-SP, que diz que multará locais flagrados. Administração do Mercadão também monitora questão
atualizado
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São Paulo – Com táticas de venda agressivas, comerciantes do Mercado Municipal de São Paulo induzem clientes a gastar centenas de reais em frutas. Caso você seja vítima do “golpe das frutas”, revelado pelo Metrópoles em janeiro, é possível denunciar ao Procon-SP e ao próprio Mercadão.
Os consumidores que forem atingidos pela situação podem reclamar no site www.procon.sp.gov.br, ou pelas redes sociais do órgão. A concessionária que administra o endereço também se colocou à disposição para impedir a prática – e aqueles que se sentirem lesados devem entrar em contato pelo e-mail sac@mercadospspe.com.br.
O golpe das frutas
Quem chega ao corredor de frutas do Mercadão é logo abordado por atendentes simpáticos das diversas barracas, que oferecem morangos, tâmaras, mangas, mexericas, entre outras frutas.
Enquanto os visitantes provam os alimentos, os comerciantes montam uma bandeja, entregue já embalada ao cliente. Na hora do pagamento, vem o susto: R$ 300, R$ 400, R$ 500 em frutas. O preço informado inicialmente a quem prova as iguarias é por 100 gramas, e não pelo quilo.
No YouTube, Twitter, Instagram e TripAdvisor, turistas relatam que acabaram induzidos pelos vendedores das barracas de frutas exóticas. De tão comum, foi criado um perfil no Instagram que conta com centenas de relatos de vítimas da prática abusiva.
Em muitos casos, visitantes dizem que ficaram sem reação e acabaram pagando, mas ao saírem do local foram tomados por um torpor ao perceber a manipulação. Outras pessoas contam que se recusaram a pagar e foram maltratadas pelos atendentes. Chegaram a ser seguidas pelos vendedores e até ameaçadas.
Denúncias
O Procon informou que, nas últimas semanas, vêm recebendo denúncias de clientes por meio de seus canais oficiais e também pelas redes sociais, mas não divulgou a quantidade. O órgão afirma que “está acompanhando a situação” e que os locais flagrados serão multados.
“Estamos monitorando as vendas no Mercadão, já que numa blitz do Procon-SP, em que a equipe dos fiscais se identifica, mostra as credenciais etc, não é possível constatar a conduta denunciada”, explica Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.
De acordo com o órgão, é dever do estabelecimento informar o consumidor sobre o preço dos produtos antes da efetivação da compra, e os artigos oferecidos para degustação sem que o cliente peça são considerados amostra grátis e não podem ser cobrados.