Como banhistas cariocas encaram proibição das caixas de som nas praias
Decisão publicada no Diário Oficial proíbe “caixas de som ou quaisquer meios de amplificação sonora nas praias do Rio de Janeiro”
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A proibição de caixas de som na praia do Rio dividiu opiniões entre os banhistas cariocas. Após o decreto, publicado no Diário Oficial de terça-feira (26/4), muitos ainda não sabem se é verdade ou discordam da medida.
Nas redes sociais, proliferam críticas à determinação da prefeitura do Rio, com questionamentos associados à liberdade de escolha de cada um em seu momento de lazer.
Para as amigas Ingrid Cunha, de 21 anos, e Vitória Santos, de 18, o decreto vai prejudicar as vendas de seus produtos. As duas trabalham para a “Rose Bronze”, comerciante do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, que vende parafina para autobronzeamento nas praias cariocas
“Eu achei que era fake news, porque não tem necessidade disso. A gente vai cumprir a lei, mas vai atrapalhar nosso trabalho. As pessoas se identificam com a música”, disse Vitória ao Metrópoles.
As duas trabalham na Praia de Copacabana e acreditam que essa proibição vai descaracterizar as praias do Rio. “É quase que uma tradição do carioca trazer caixa de som, é uma rotina”, opinou Ingrid.
O estudante Isaac Galvão, de 23, também discorda da nova medida: “Acho que é um pouco autoritária. A praia é um local aberto, e, por isso, as pessoas deveriam ter o direito de ouvir músicas. Por mais que as outras pessoas tenham direito ao seu momento de paz, proibir totalmente não é o melhor caminho”, disse ele.
Já a cuidadora Jaciara Martins, de 53, acredita que espaços públicos não devem conter caixas de som. “Se eu quisesse ouvir o que os outros querem, eu ia em uma festa particular da pessoa. Não tem que ter mesmo”.
Decreto
Desde terça-feira (26/4), a utilização de caixas de som nas praias da cidade do Rio de Janeiro está proibida. O decreto com a decisão, assinado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), foi publicado no Diário Oficial do município.
A medida impede o uso de “caixas de som ou quaisquer meios de amplificação sonora” que causem poluição sonora. Segundo o decreto, caberá à Guarda Municipal a fiscalização da medida. Quem desrespeitar a norma terá o equipamento recolhido.