metropoles.com

Comissão do Senado aprova marco temporal das terras indígenas

O avanço do texto, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, é considerado um retrocesso para o governo federal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Indígenas dançam próximo do STF - Metrópoles
1 de 1 Indígenas dançam próximo do STF - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O projeto do marco temporal das terras indígenas foi aprovado nesta quarta-feira (23/8) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal. O avanço do texto, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, é considerado um retrocesso para o governo federal. Antes da votação, houve uma audiência pública para debater o projeto.

O projeto de lei relatado pela senadora Soraya Thronicke (União-MS) cria um marco temporal para reconhecimento de terras indígenas, limitando a demarcação aos casos em que houver comprovação de ocupação permanente com caráter produtivo desde a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

Pelo texto, será preciso demonstrar que essas terras eram necessárias para a reprodução física e cultural dos indígenas e para a preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar.

Os processos de demarcação em andamento na data de publicação da lei oriunda do projeto deverão se adequar a ela. Agora, o texto seguirá para Comissão de Constituição e Justitiça (CCJ).

 

4 imagens
Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL-SP), e deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), presidente da Comissão da Amazônia e Povos Originários da Câmara dos Deputados (CPOVOS)
Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL-SP), e deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), presidente da Comissão da Amazônia e Povos Originários da Câmara dos Deputados (CPOVOS)
Lider indígena Cacique Raoni Metuktire
1 de 4

Lider indígena Cacique Raoni Metuktire

Vinícius Schmidt/Metrópoles
2 de 4

Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL-SP), e deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), presidente da Comissão da Amazônia e Povos Originários da Câmara dos Deputados (CPOVOS)

Vinícius Schmidt/Metrópoles
3 de 4

Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL-SP), e deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), presidente da Comissão da Amazônia e Povos Originários da Câmara dos Deputados (CPOVOS)

Vinícius Schmidt/Metrópoles
4 de 4

Lider indígena Cacique Raoni Metuktire

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Atualmente, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) é o órgão responsável pela demarcação das Terras Indígenas, por meio de um estudo antropológico. Com a aprovação do texto, a função será exercida pelo presidente da República, que deve decretar — ou não — a homologação.

“Inconstitucinal”

O texto é considerado “inconstitucinal” por parte de movimentos indígenas, uma vez que, segundo o Artigo 231 da Constituição, os direitos indígenas são direitos originários, ou seja, antecedem à formação do Estado.

Na Câmara dos Deputados, o projeto foi aprovado no mês de maio, em regime de urgência, sem passar pelas comissões da Casa. À época, o atropelamentoo foi visto como recado ao governo sobre a falta acordos. 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?