Comissão da OEA recebe denúncia sobre prisões do país
Entidades da sociedade civil acusaram o Brasil de adotar uma política institucional de encarceramento em massa
atualizado
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Entidades da sociedade civil acusaram nesta quarta-feira (22/3) o Estado brasileiro de adotar uma política institucional de encarceramento em massa, que levou a população detida a quase triplicar desde 2000 (atualmente, há 622 mil presos), e de ser conivente com a prática de tortura e violação sistemática de direitos humanos dentro das penitenciárias.
A denúncia foi levada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) responsável por promover o respeito a direitos humanos no continente. Mais de 120 detentos morreram em prisões brasileiras neste ano. “Colocar mais gente na cadeia não está resolvendo o problema da criminalidade, mas segue sendo a política principal do Brasil”, diz James Cavallaro, responsável pela Relatoria de Direitos de Pessoas Privadas de Liberdade da CIDH.
Marco Severo, diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional, negou haver uma política deliberada de encarceramento em massa. Segundo ele, o aumento da população carcerária é fruto de legislações e medidas adotadas por diferentes governos nas últimas décadas.