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Comida do “rancho” e exercícios: os 4 meses de Mauro Cid na prisão

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro teve acordo de delação premiada assinada por Alexandre de Moraes e conseguiu a liberdade provisória

atualizado

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Imagem colorida mostra a fachada do Batalhao de Polícia do Exército em Brasília - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra a fachada do Batalhao de Polícia do Exército em Brasília - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve acordo de delação premiada homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado (9/9). Com a decisão, Moraes concedeu ao militar liberdade provisória  com imposição de cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair de casa em determinados horários e afastamento das funções no Exército.

Ele deixou o Batalhão de Polícia do Exército (PE) assim que a decisão chegou ao comando, pouco antes das 15h. Antes disso, Cid ficou detido por quatro meses no local (foto em destaque).

A coluna Na Mira, do Metrópoles, apurou detalhes da rotina de Cid durante esse período. Alocado desde 3 de maio, quando foi detido, em uma sala com cerca de 20 m², o militar se manteve ativo mesmo com a liberdade cerceada. Todos os dias, Cid — que integrou as Forças Especiais do Exército se movimentava pelo menos uma hora por dia, durante o banho de sol, para manter a forma.

Trajando camisa regata branca com o nome de guerra bordado “TC Cid” e short verde, o militar se exercitava em uma pracinha no interior do batalhão, sempre na companhia de um dos soldados da PE.

“Ele está mais sorridente e com mais ânimo. Lê alguns livros levados pelos advogados e passa boa parte do tempo escrevendo anotações, provavelmente relacionadas à sua defesa”, contou uma fonte ouvida pela coluna na época.

Veja imagens do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro:

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Mauro Cid estava preso no batalhão da Polícia do Exército
Batalhão de Polícia do Exercíto em Brasília
O oficial ficou preso por quatro meses
Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid firmou acordo de colaboração premiada com o STF
Mauro Cid foi levado à unidade em maio
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Mauro Cid mudou estratégia de defesa e contou o que sabe à PF

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Mauro Cid estava preso no batalhão da Polícia do Exército

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Batalhão de Polícia do Exercíto em Brasília

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O oficial ficou preso por quatro meses

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Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid firmou acordo de colaboração premiada com o STF

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Mauro Cid foi levado à unidade em maio

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Atualmente, no batalhão, ficam presos militares que cometeram trangressões

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Entrada do Batalhão de Polícia do Exercíto, em Brasília

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Rancho

Cid se alimentava da mesma comida servida no “rancho”, onde os militares da PE comem diariamente. Nas quatro refeições diárias, um soldado levava um prato até a sala onde o tenente-coronel ficava e o recolhia após o fim da refeição.

Ele teve as visitas restringidas por Moraes, após o militar ter recebido 73 visitantes, a maioria militares, em um prazo de 19 dias. A quantidade de pessoas foi considerada elevada pelo ministro.

Investigações da PF

Mauro Cid é alvo de diversos inquéritos da Polícia Federal. A investigação mais recente se deve à tentativa de venda de um Rolex avaliado em R$ 300 mil e que seria um presente dado por sauditas a Bolsonaro durante viagem oficial do então presidente.

Cid também é investigado no caso da fraude nas carteiras de vacinação da família dele e de outros assessores de Bolsonaro. Foi por esse caso que Cid foi preso.

Delação

Conforme publicou Guilherme Amado, em sua coluna no Metrópoles, Mauro Cesar Cid passou a considerar a sério a opção de fazer uma delação premiada quando a CPMI do 8 de Janeiro descobriu que o coronel do Exército Jean Lawand Junior o havia visitado no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, onde o antigo braço-direito de Bolsonaro está preso.

Lawand foi o militar que trocou mensagens com Cid sugerindo um “golpe de Estado” para impedir a posse de Lula.

Na avaliação da família de Cid, naquele momento o ministro Alexandre de Moraes ganhou o argumento técnico de que ainda não dispunha para justificar a prisão preventiva de Cid.

Uma das hipóteses para se determinar a prisão preventiva é o risco de o suspeito influir no inquérito. Lawand também é investigado sobre a participação na discussão sobre um eventual golpe. Ou seja: eram dois investigados encontrando-se e possivelmente combinando versões.

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