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72% dos comerciantes veem queda em vendas se parcelado for limitado

Banco Central propôs nesta semana limitação do parcelado sem juros a 12 prestações. Setor de comércio e serviços é contra

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Uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que 72% dos comerciantes brasileiros acreditam em queda nas vendas caso o número de parcelas sem juros no cartão de crédito seja limitado. Divulgada nesta quarta-feira (18/10), a pesquisa foi feita entre os dias 30 de agosto e 22 de setembro de 2023, encomendada por associações que representam o setor de comércio e serviços.

O levantamento, com 800 comerciantes, foi realizado em meio às discussões entre as discussões em torno de possíveis alterações nesse modelo de compras.

Na última segunda-feira (16/10), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, se reuniu com representantes de bancos e empresas dos setores de pagamentos e varejo para discutir uma proposta para limitar a 12 prestações o parcelado sem juros. O limite ao parcelamento sem juros no cartão teria impacto sobre a modalidade do rotativo do cartão de crédito.

Segundo fontes que participaram da reunião, o presidente da autoridade monetária ressaltou que ainda não há consenso e pediu para todos os atores envolvidos cederem um pouco em suas posições. Há uma queda de braço entre bancos e setores do comércio.

Efeitos para os comerciantes

Para o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, o parcelamento sem juros incentiva compras e o aumento do tíquete médio de vendas, atraindo consumidores que preferem distribuir o pagamento ao longo de parcelas sem encargos adicionais.

“Quaisquer restrições a essa forma de pagamento terão enormes implicações no consumo de bens duráveis, por exemplo. Haveria um problema econômico de grandes proporções”, avalia.

O presidente da CNC acredita que muitos consumidores devem reconsiderar suas decisões de compra, podendo optar por adiar ou reduzir gastos caso haja um limite no número de parcelas. “Isso pode resultar em uma diminuição da frequência de compra e uma redução nos volumes de transações para os comerciantes.”

O setor de construção civil, por exemplo, tem parcelas de até 18 vezes.

O que dizem os bancos

Os bancos condicionam alterações no rotativo a uma reformulação no modelo de parcelas oferecidas pelo varejo. Segundo seus representantes, o uso do parcelado é incentivado pelas empresas de maquininhas, que oferecem pagamento antecipado aos varejistas em troca de taxas de desconto. Assim, as instituições financeiras têm de subir os juros no rotativo para compensar a falta de cobrança de taxa em longos parcelamentos.

De acordo com o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), oito de cada 10 compras parceladas sem juros no Brasil são feitas em até seis vezes.

Rotativo do cartão

O rotativo do cartão de crédito é uma linha de crédito pré-aprovada no cartão. Ela é acionada por quem não pode pagar o valor total da fatura na data de vencimento. Em caso de inadimplência do cliente, o banco deve parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma de quitação da dívida, em condições mais vantajosas, em um prazo de 30 dias.

Segundo especialistas, o rotativo do cartão é a linha de crédito mais cara do mercado e deve ser evitada. De acordo com os dados mais recentes do BC, referentes a junho de 2023, o rotativo do cartão de crédito é a linha com o maior nível de inadimplência (49,1%).

A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo ficou em 445,7% ao ano em agosto, de acordo com dados do BC.

Senado aprova Desenrola e limite em juro rotativo do cartão de crédito

Projeto recém aprovado pelo Congresso, que ainda aguarda sanção presidencial, estabelece um prazo de 90 dias para os bancos apresentarem ao Conselho Monetário Nacional (CMN) proposta para reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito. Caso não haja sugestão, os juros serão fixados em até 100% do valor da dívida.

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