Comerciante espancado após ser chamado de ladrão tem morte encefálica em SP
Osil Vicente Guedes, de 49 anos, foi brutalmente agredido após ser falsamente chamado de ladrão em Guarujá, São Paulo
atualizado
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O comerciante Osil Vicente Guedes (foto em destaque), de 49 anos, espancado após ser falsamente chamado de ladrão, teve morte encefálica confirmada na madrugada deste domingo (7/5), em São Paulo.
Osil estava internado em estado grave após ser brutalmente agredido por quatro homens no Guarujá, litoral paulista.
O caso ocorreu por volta das 16h40 de quinta-feira (4/5), na esquina das ruas Tambaú e Oswaldo Cruz, na cidade litorânea (veja abaixo).
Osil estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Amaro. De acordo com o portal G1, o hospital informou que a família da vítima recebe acompanhamento psicológico. Após a morte encefálica, a instituição de saúde deve realizar procedimentos caso o paciente seja doador de órgãos.
O Metrópoles entrou em contato com o hospital, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo confirmou o óbito à reportagem. Segundo a autarquia, o irmão da vítima foi ouvido.
“A Polícia Civil informa que foi comunicada da morte da vítima neste domingo (7/5). A natureza da ocorrência foi modificada para homicídio e o irmão da vítima foi ouvido. Diligências prosseguem visando ao esclarecimento dos fatos. Mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”, informou a SSP em nota.
Entenda o caso
Osil havia pegado a moto CG 150 emprestada do amigo, José Alexandre de Freitas, de 55 anos, para buscar a chave de um ferro-velho. O comércio tinha sido arrendado pela vítima há alguns anos.
Porém, após sair com o veículo, o comerciante não retornou mais, segundo relatado por um amigo no 2º DP do Guarujá.
Quando Osil trafegava com a moto pelo bairro Pae-Cará, uma pessoa gritou “pega ladrão”. Isso provocou uma reação violenta em pessoas que passavam pelo local.
Imagens feitas com um celular mostram a vítima sendo agredida com um capacete e um pedaço de madeira.
Enquanto testemunha as agressões, a pessoa que fez os registros afirma: “Não tá bom pra ladrão de moto não, não tá não. Ladrão de moto tá se lascando.”
A reportagem apurou não existir nenhuma queixa de roubo ou furto relacionada à moto que era conduzida pela vítima.
O caso foi registrado como lesão corporal. A Polícia Civil investiga a identidade dos autores das agressões.
Em maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus, 33, foi espancada até a morte por moradores de Guarujá, após ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças para ritual macabro. Cinco pessoas foram presas e condenadas a 30 anos de prisão pelo crime.