metropoles.com

Combustível fóssil tem subsídio 4,5 vezes maior que energia renovável

Levantamento aponta que governo federal concedeu R$ 81,74 bilhões para combustíveis fósseis. Medida vai contra contexto ambiental

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
GettyImages
Chaminés de indústria soltam fumaça em céu acinzentado - Metrópoles
1 de 1 Chaminés de indústria soltam fumaça em céu acinzentado - Metrópoles - Foto: GettyImages

O valor que o governo brasileiro aplica em subsídios para combustíveis fósseis é 4,5 vezes maior que o destinado às energias renováveis. A informação consta em um relatório do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) divulgado nesta terça-feira (29/10).

Em 2023, conforme o levantamento do Inesc, foram repassados R$ 81,74 bilhões para combustíveis fósseis e R$ 18,07 bilhões para energias renováveis na forma de subsídios, que partiram do governo federal.

O relatório aponta também que o total de subsídios considerando as duas fontes aumentou 3,57% em 2023 na comparação com o ano anterior. Mesmo recebendo a maior parcela dos incentivos, os combustíveis fósseis tiveram uma redução de R$ 372 milhões em 2023 na comparação com 2022.

A redução foi proporcionada, explica o instituto no documento, por meio do retorno da cobrança de impostos como a Cide e o PIS/Cofins sobre a gasolina. No entanto, o diesel continua  beneficiado pela não cobrança destes tributos. Em nota ao Metrópoles, o Ministério de Minas e Energia (MME) pontuou que a reoneração alcança um valor de R$ 40,6 bilhões.

O Inesc explica que o levantamento foi realizado considerando todos os tipos de subsídios: gastos tributários, gastos diretos e outras renúncias, que se aplicam ao consumo e à produção de energia.

Assessor político do Inesc e autor do estudo, Cassio Carvalho defende que os subsídios sejam extintos de de forma “gradual” principalmente na produção.

“Começando pelos subsídios ineficientes, por exemplo, os que não se aplicam à realidade brasileira, como é o caso do carvão mineral, do gás natural”, lista Carvalho.

O assessor do instituto acrescenta que a cobrança dos encargos poderia contribuir para a redução no preço da energia e para a disponibilidade de recursos públicos para campos importantes da gestão federal.

“Poderia reverter em questões sociais, como é o caso da saúde, da educação, mas também no que envolve as mudanças do clima e a transição energética. E tudo isso é possível, basta ter vontade política”, diz o assessor.

Uma das iniciativas que restringe a cobrança de impostos sobre combustíveis fósseis é o Repetro. O MME afirmou, em nota, que o programa não se trata de uma renúncia fiscal por promover o “adiamento estratégico da cobrança de impostos” que, completa a pasta, é uma “política é essencial para aumentar a competitividade do Brasil no cenário internacional, atraindo investimentos que, sem esse regime, poderiam ser direcionados a outros países”.

Contexto

O relatório foi lançado faltando 11 dias para a COP29, evento em novembro, no Azerbaijão, no qual o Brasil vai se apresentar para mostrar iniciativas de combate à mudança climática e também para cobrar recursos para a preservação dos recursos naturais.

O Brasil é o sétimo maior emissor de gases do efeito estufa (GEE). Em 2022, o setor de energia foi responsável por soltar na atmosfera 490,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e). O volume corresponde a 18% do total nacional. Os dados são do Sistema de Estimativa de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa, Observatório do Clima (Seeg).

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?