Combate às milícias no Rio realizou 60 ações com prejuízo de R$ 1 bi aos criminosos
Narcomilícias já atuam em 180 localidades no estado do Rio de Janeiro, segundo Ministério Público do Estado
atualizado
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Rio de Janeiro – Montada em outubro do ano passado, a força-tarefa da Secretaria da Polícia Civil já foi responsável por 60 operações com 448 prisões e 17 mortos. Com o fechamento de estabelecimentos comerciais, como laboratório clandestino de cosméticos e uisquerias, além de depósitos clandestinos de gás, produtos falsificados e construções irregulares, o órgão estima um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão ao braço financeiro dos milicianos. Nas operações foram apreendidos ainda 34 armas, munições, granadas, 14 veículos e a interdição de 20 provedores de internet e TV a cabo clandestinos.
Na última ação, nesta quinta-feira (27/1), comandada pela Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco), o maior alvo era a quadrilha de Wellington da Silva Braga, o Ecko. Só no bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio, a polícia estima que ele tenha um exército de 400 seguranças e fature em média R$ 5 milhões, por mês, dos quais R$ 1 milhão, só com o transporte alternativo. “Ecko”, é apontado como o maior narcomiliciano do estado do Rio. O Disque-Denúncia oferece R$ 10 mil por informações que levem a prisão do criminoso. A ação cumpriu 28 mandados de busca e apreensão nos bairros de Santa Cruz, Campo Grande e Paciência, além dos municípios de Seropédica, Mesquita e Paty do Alferes.
Na quarta-feira (26/1), foram mobilizadas 11 unidades. Na zona oeste da capital, o alvo principal foi a localidade da Gardênia Azul. Na zona norte, o chamado “Complexo de Israel”, que inclui as comunidades da Cidade Alta, Vigário Geral, Parada de Lucas, Cinco Bocas e Pica-pau.
Narcomilícia atua em 180 localidades, segundo MP
A Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) prendeu Everton Ribeiro dos Santos, no Quitungo, Brás de Pina, zona norte do Rio. Ele é acusado de ser o responsável por praticar os homicídios de interesse da quadrilha. De acordo com as investigações da polícia, a milícia que comanda o Quitungo realizou um pacto com traficantes de uma organização criminosa para comandar o “Complexo de Israel”.
“É uma prisão muito importante de um miliciano que seria o matador da milícia denominada Complexo de Israel que na verdade é uma união entre traficantes de uma determinada facção criminosa com um grupo de milicianos. As operações não têm data para acabar”, afirmou o diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), Felipe Curi.
De acordo com relatório do Ministério Público do Estado, as narcomilícias atuam em 180 localidades.
Curi fez questão de ressaltar que na Gardênia Azul a polícia interditou um edifício que estava semi construído. “Inclusive, com algumas famílias morando, e essa construção tinha cada imóvel sendo comercializado por R$ 120 mil”, revelou. Em três meses, a polícia fechou 13 depósitos clandestinos de botijões de gás com a apreensão de 1.500 botijões; 14 lojas de produtos falsificados, interditou oito farmácias, além de centros de distribuição de cestas básicas.