Comando da PMDF aderia a ideias golpistas desde dezembro, diz subprocurador
O comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Klepter Rosa Gonçalves, foi preso na manhã desta sexta-feira
atualizado
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O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que chefiou a operação que prendeu o então comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Klepter Rosa Gonçalves, afirmou, nesta sexta-feira (18/8), que a alta cúpula da corporação aderia a ideias golpistas desde dezembro de 2022.
À CNN o subprocurador-geral disse que, em dezembro do ano passado, os comandantes da PMDF trocavam mensagens em que demonstravam estar alinhados com um possível golpe de Estado no Brasil.
“No mês de dezembro [o comando da PMDF], já aderia a uma ideia golpista, às fake news e a uma ideia de que as eleições não tinham sido legitimamente procedidas”, detalhou Frederico Santos.
Na manhã desta sexta-feira (18/8), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O coronel Klepter Rosa Gonçalves acabou preso preventivamente, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além de Klepter Rosa, cinco oficiais que integravam a cúpula da corporação na data dos atos antidemocráticos foram presos no âmbito da operação, chamade de Incúria. Outros dois alvos da força-tarefa estavam detidos e tiveram a prisão mantida.
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos explica que a investigação contra os oficiais começou após o término do segundo turno das eleições, quando se sucederam uma série de atos de teor golpista, como a tentativa de invasão da sede da PF e a tentativa de atentado a bomba próximo ao aeroporto de Brasília.
Segundo ele, os oficiais presos comentavam entre si, de forma elogiosa, estes atos de teor golpista: “Todos esses atos passaram a ser comentados pelos coronéis que foram presos. Eles comentavam isso com índole de aderir a essa proposta golpista, com índole de aderir a ruptura do estado democrático de direito”, explicou.
Frederico Santos acrescentou que o comando da PMDF não fez um planejamento adequado para os atos golpistas de 8 de janeiro.
“Colocaram pessoas que não tinham experiência em campo, policiais de trânsito para tentar conter aquela turma violenta que acabou invadindo a Praça dos Três Poderes”, destacou.