Comandante diz que Exército é “apartidário” e pede fé na democracia
Tomás Ribeiro Paiva assinou a Ordem do Dia em homenagem aos 375 anos de história do Exército brasileiro. Lula participou da solenidade no QG
atualizado
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O comandante do Exército brasileiro, general Tomás Ribeiro Paiva, afirmou, nesta quarta-feira (19/4), que a Força Armada é “apolítica, apartidária, imparcial e coesa” e pediu aos militares que tenham “fé nos princípios democráticos”.
A declaração faz parte da Ordem do Dia, uma espécie de discurso em comemoração aos 375 anos da instituição. O texto foi lido pelo comandante na solenidade militar desta manhã, em homenagem à data no Quartel-General, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O evento protocolar, que ocorre todos os anos, visa empoderar os feitos do Exército Brasileiro e exaltar seus pares. Na cerimônia, além de homenagens, há demonstrações e desfiles.
Na declaração, Paiva frisou que o Exército precisa permanecer sem lado político.
“O Exército imortal de Caxias, instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia”, declarou Paiva.
“Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania”, prosseguiu.
Solenidade militar
No mesmo local onde há menos seis meses estavam instalados manifestantes bolsonaristas pedindo aos militares um golpe de Estado, nesta quarta-feira (19/4), Lula participa da cerimônia de comemoração ao Dia do Exército, no Quartel-General, em Brasília.
A presença do presidente traduz a vontade do governo em se aproximar dos militares, apesar da instabilidade atravessada na relação de Lula com as Forças Armadas.
O 8 de janeiro também intensificou essa relação, uma vez que o Quartel-General foi o local escolhido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se instalarem durante meses e, por certo tempo, houve uma certa complacência da força.