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Com UTIs em colapso, prefeitos alertam para risco de falta de oxigênio

Insumo é usado por pacientes internados com Covid-19. Frente de Prefeitos enviou ofício para Bolsonaro e para o Ministério da Saúde

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Dimas passa horas em fila e já gastou pelo menos R$ 15 mil para não deixar que pais idosos com Covid-19 morram por falta de oxigênio
1 de 1 Dimas passa horas em fila e já gastou pelo menos R$ 15 mil para não deixar que pais idosos com Covid-19 morram por falta de oxigênio - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao Ministério da Saúde alertando sobre a potencial falta de oxigênio e de medicamentos para sedação de paciente intubados acometidos pela Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Nesta quinta-feira (18/3), a entidade informou ao governo federal que “o aumento sem precedentes” no número de contaminados pela Covid-19 e a alta demanda por atendimento hospitalar aponta para um cenário potencialmente ainda mais trágico”.

“A União poderá reforçar a aquisição dos medicamentos e também tem prerrogativa de determinar redirecionamento de insumos e produtos. Isso poderia ser feito com a indústria metalúrgica, que também utiliza oxigênio com o mesmo grau de pureza do hospitalar, por exemplo”, destaca trecho do documento.

No começo do ano, Manaus viveu uma crise por falta de oxigênio (foto em destaque). As mortes por Covid-19 no Amazonas registraram uma alta de 41% após o colapso causado pela falta do insumo.

“Não é razoável que pessoas, cidadãos brasileiros, sejam levados à desesperadora morte por “afogamento” no seco, ou que sejam amarrados e mantenham a consciência durante o delicado e doloroso processo de intubação e depois na sua longa permanência”, frisa o texto.

O Brasil tem mais de 11,6 milhões de casos confirmados de Covid-19 e 284 mil pessoas morreram vítimas do novo coronavírus. O Ministério da Saúde vacinou 12,7 milhões até o momento.

Veja fotos da crise pela falta de oxigênio em Manaus:
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Cilindros de oxigênio
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Demanda por oxigênio hospitalar cresceu 93% em março, no Brasil, em relação a dezembro, segundo a White Martins, uma das principais fornecedoras do produto
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Demanda por oxigênio hospitalar cresceu 93% em março, no Brasil, em relação a dezembro, segundo a White Martins, uma das principais fornecedoras do produto

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No dia 14 de janeiro de 2021, Manaus passou a enfrentar um caos no sistema de saúde por conta da falta de oxigênio

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Por dois dias, as unidades de saúde ficaram sem o insumo

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Ministério da Saúde sabia da falta de oxigênio em Manaus

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Os prefeitos concluem. “Prefeitas e prefeitos reivindicam que o governo federal tome, imediatamente, as medidas cabíveis para que as cenas trágicas e cruéis recentemente presenciadas em Manaus não se repitam em outras cidades brasileiras”, pondera.

A Frente Nacional de Prefeitos reúne as 412 cidades com mais de 80 mil habitantes, o que abrange todas as capitais, e representa 61% da população brasileira.

Aliado ao adoecimento vertiginoso, está a crise por leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs). Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), país vive um “colapso” do sistema de saúde e caminha para uma “catástrofe”.

Segundo a instituição, 24 estados e o Distrito Federal têm taxas de ocupação dos leitos de UTI para a Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80%.

Ministro investigado

No mês passado, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar possível omissão do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, na falta de oxigênio em Manaus.

O pedido partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), que afirma que o ministério já sabia do problema dias antes do início do colapso, quando a White Martins, empresa que atua na fabricação de diversos tipos de gás, informou à pasta sobre escassez de cilindros.

Pazuello, que deixará o cargo e será substituído pelo cardiologista Marcelo Queiroga, nega que tenha sido omisso em relação à falta de oxigênio para pacientes com Covid-19.

Investigado pela Polícia Federal, o ministro afirma que a pasta foi “ativa” e que a “apreensão” sobre o crescimento exponencial de casos no estado aumentou ainda no fim de dezembro.

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