Com tumor cerebral, jornalista enfrenta batalha pela própria vida
Diagnosticado com um tumor cerebral em 2021, ele luta para conseguir que o plano de saúde SulAmérica pague pelo medicamento quimioterápico
atualizado
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O jornalista Bruno Otto Guedes, 40 anos, tem enfrentando uma batalha judicial e pela própria vida. Diagnosticado com um tumor cerebral em 2021, ele luta para conseguir que o plano de saúde SulAmérica pague pelo tratamento quimioterápico, que custa R$ 24 mil, necessário ao tratamento. A empresa, no entanto, se nega a custear a medicação, chamada Sunitinib.
Após descobrir a condição, o jornalista precisou passar por cirurgia a fim de remover o tumor. No entanto, ele voltou a crescer e necessitou de uma nova intervenção em março deste ano, quando os problemas com o convênio começaram. “Nossa briga vem desde a descoberta da doença”, disse Juliana Otto Guedes, 37, irmã de Bruno.
À época, a SulAmérica negou um dos recursos necessários à cirurgia, o que resultou em mais despesas.
“O próprio hospital onde o meu irmão operou aqui em Petrópolis (RJ) está cobrando a conta, porque o plano não liberou. Então, entramos com processo também. Só temos tido aborrecimento. Tudo na Justiça e nada resolvido”, pontuou Juliana.
A SulAmérica exigiu que o paciente comprovasse a necessidade do remédio, usado na redução dos efeitos da radioterapia — a qual inibe o crescimento do tumor. Diante de nova negativa, a família decidiu judicializar o caso. Mesmo com decisão judicial favorável, o plano continuou a negar o pagamento dos remédios, como explica o advogado da família, Dr. Osvaldo Júnior.
“Fizemos o pedido da liminar e entregamos o orçamento da medicação. O juiz determinou que a empresa pagasse o tratamento. Diante do descumprimento por parte deles, estabeleceu multa diária. Apesar disso, eles continuaram a não cumprir a decisão, e foi necessário realizar a penhora dos valores do caixa da instituição”, explicou.
Remédio contra o tumor
Na esperança de que o remédio fosse liberado, os médicos diminuíram a prescrição de corticoides — utilizados no tratamento de inflamações e na diminuição da atividade do sistema imunológico. Em vista da negativa e da falta de medicação, Bruno teve piora no quadro de saúde. “Ele está com dificuldade de andar, com a fala bem arrastada, tem dores de cabeça frequentes e também anda muito sonolento. Está com muita dificuldade”, contou a irmã.
O paciente precisa de seis ciclos do Sunitinib, com o custo de R$ 24 mil, cada caixa. O valor total da mediação chega aos R$ 144 mil. O fármaco impede o crescimento de tumores e células cancerígenas.
Por conta da urgência da situação, a família resolveu arrecadar, por conta própria, a quantia necessária. “Essa ideia surgiu para que pudéssemos adquirir ao menos uma caixa (do remédio) e não perdermos mais tempo. Sabemos que a Justiça é muito lenta. Estamos desde o final de novembro e até agora não saiu nenhuma decisão”, explicou Juliana. Até o momento, o financiamento coletivo já arrecadou R$ 32 mil. A meta é chegar a R$ 48 mil, para garantir duas caixas do Sunitinib. (Para contribuir, clique aqui)
Bruno é jornalista formado em Comunicação Social na Universidade Federal de Juiz de Fora. Apaixonado por esporte, ele cobriu o tema em jornais da cidade natal dele, atuou como editor na Agência EFE e como repórter no jornal O Dia. Além disso, produziu conteúdo para o site da ESPN Brasil.
O Metrópoles procurou a SulAmérica e cobrou explicações sobre a demora em cumprir a decisão judicial a favor do tratamento de Bruno. Em nota, a empresa informou que “já liberou os medicamentos necessários para o tratamento e está comprometida em agilizar a sua entrega o mais rápido possível”.