Com risco de colapso na saúde, SP adotará mais medidas restritivas
Leitos no estado estão próximos do limite, segundo o governo. “O quadro é gravíssimo”, diz Doria
atualizado
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São Paulo – Com leitos de UTI e enfermagem no limite, o governo de São Paulo anunciará nesta quarta-feira (17/3) medidas adicionais para frear a propagação do coronavírus.
De acordo com o governador João Doria, o quadro é gravíssimo. As equipes responsáveis pelas políticas de enfrentamento à pandemia se reúnem nesta manhã para decidir qual estratégia será adotada.
“Na coletiva [às 12h45], anunciaremos medidas adicionais que terão que ser adotadas”, afirmou o governador.
Questionado na manhã desta quarta sobre um cálculo que prevê esgotamento das UTIs na quinta-feira (18/3), o governador disse que não se pauta por esse tipo de pressão.
“Não nos pautamos por nenhum tipo de pressão, nem da economia, nem pressão política, nem da imprensa, nem de nenhum segmento. E, sim, orientação da saúde.”
Pico da pandemia
São Paulo vive seu pior mês desde o início da pandemia. Na terça-feira (16/3), pela terceira vez nas últimas duas semanas, o estado bateu recorde de mortes. Foram 679 óbitos em 24 horas.
Também na terça, 25 hospitais da rede estadual de saúde de São Paulo atingiram mais de 100% da ocupação máxima de leitos de tratamento intensivo para Covid-19.
Além disso, na capital, em movimento inédito, 15 hospitais da rede privada pediram 30 leitos à rede pública, segundo o secretário de Saúde do município de São Paulo, Edson Aparecido.
Fase emergencial
Desde o início desta semana, está em vigor a fase emergencial. Nela, apenas uma lista restrita de serviços essenciais tem permissão para funcionar. Há um toque de recolher a partir das 20h.
Ainda assim, a taxa de isolamento não diminuiu. De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde de São Paulo, o índice de isolamento social no estado ficou em, média, em 43% no estado na segunda-feira (15/3).
A cidade com melhor índice foi São Joaquim da Barra (64%), enquanto Franca aparece com um dos piores índices (35%). A capital registrou um isolamento de 42%.