Com recorde de mortes, SP entra na “fase mais restritiva” da pandemia
“O Brasil está colapsando e, se nós não frearmos o vírus, não será diferente aqui em SP”, diz o governador João Doria
atualizado
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São Paulo – Depois de uma sequência de recordes de mortes e internações, o estado de São Paulo deve entrar em uma fase mais rígida do isolamento social.
Em vídeo divulgado nesta quinta-feira (11/3), o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que o endurecimento das regras de distanciamento social é a única medida eficaz para frear a pandemia, no momento.
O anúncio deverá ser feito em entrevista à imprensa às 12h45. Com isso, a expectativa é que a fase atual, em que só funcionam os serviços essenciais, passe a ter limitação no horário de funcionamento dos estabelecimentos.
Além disso, escolas, igrejas e jogos de futebol deverão ter suas atividades presenciais suspensas.
“É uma decisão dura, impopular, difícil. Me solidarizo com todos. O Brasil está colapsando, e se nós não frearmos o vírus, não será diferente em São Paulo”, disse.
Na gravação, divulgada nas redes sociais, ele ressaltou que está tentando equilibrar a situação da economia e da saúde.
“Mas temos que entrar em uma nova etapa do Plano SP, ela é mais restritiva, eu reconheço”, pontuou.
Faço um apelo pela compreensão de todos. Vamos passar juntos por mais este momento difícil. Vai passar. #FiqueEmCasa
Anunciaremos detalhes das medidas na coletiva de imprensa às 12h45 pic.twitter.com/6wvLRyJKsj
— João Doria (@jdoriajr) March 11, 2021
O governador disse que, por também ser empresário, é ainda mais difícil para ele fazer esse tipo de anúncio, mas que a medida é necessária.
“Entendo o sofrimento de todos. É difícil não poder sair para batalhar pelo sustento de sua família, ter restringido a vida social”, completou.
Doria destacou que só “há duas alternativas para controlar o vírus nesse momento, a vacina e o distanciamento social”.
No vídeo, ele também fez mais um apelo para que a população colabore no enfrentamento da pandemia da Covid-19. “Nossos hospitais estão chegando no limite máximo de ocupação. Temos de adotar medidas mais duras de distanciamento social.”
Ele refutou a tese de que bastam abrir leitos de UTI para conter a doença. Ele argumentou que São Paulo triplicou o número de leitos e ainda assim não é suficiente.
São Paulo enfrenta o mês com mais mortes e internações em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. Na última terça-feira (9/3), o estado bateu recorde, com 517 óbitos nas últimas 24 horas.
O número supera o pico registrado no dia anterior, quando foram contabilizadas 468 vidas perdidas em 24 horas.
Já a ocupação de leitos em UTI alcançou a marca histórica de 83%.
Na avaliação da equipe de saúde do governo, um fator determinante é a nova cepa do vírus, que é mais transmissível.
Mesmo com índices em alta, o estado continua a registrar aglomerações e a taxa de isolamento na terça foi de 43%. A meta é alcançar pelo menos 60%, o ideal é 70%.