metropoles.com

Com protestos e rejeição, PL do Aborto deve encalhar no Congresso

Acordo feito com a bancada evangélica previa apenas a votação da urgência para que texto sobre aborto seja votado diretamente no plenário

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
HUGO BARRETO/METRÓPOLES
imagem colorida mostra plenário da Câmara dos Deputados cheio de parlamentares na promulgação da Reforma Tributária - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra plenário da Câmara dos Deputados cheio de parlamentares na promulgação da Reforma Tributária - Metrópoles - Foto: HUGO BARRETO/METRÓPOLES

A aprovação de um requerimento de urgência na Câmara dos Deputados gerou forte reação dentro e fora do parlamento. Após pressão da bancada evangélica, foi aprovada a tramitação mais rápida do Projeto de Lei (PL) nº 1.904/24, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio, inclusive em casos de estupro.

A votação, feita “às escuras” no plenário e sem ser anunciado o projeto, motivou protestos em todo o país. Uma enquete popular no site da Câmara mostra que 87% “discordam totalmente” do texto, enquanto 13% “concordam totalmente”.

A grande repercussão influenciou o andamento da proposta na Casa Baixa. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende segurar a votação do mérito do texto, e não há previsão nem mesmo para definir a relatoria.

A escolha de uma deputada de centro, fora do campo da direita ou da esquerda, foi ponderada. O nome da deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também foi citado, como coordenadora da bancada feminina com boa interlocução com as diferentes bancadas e política experiente. Apesar disso, o martelo ainda não foi batido.

Líderes partidários ouvidos pelo Metrópoles também reconheceram a possibilidade de o texto ser desidratado para ter melhor aceitação.

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi firme ao declarar que “uma matéria dessa natureza jamais iria direto ao plenário do Senado”. Ele disse que não tem opinião formada sobre o tema e pontuou que precisa conhecer o projeto a fundo. No entanto, adiantou: “A separação e a natureza absolutamente distinta entre homicídio e o aborto, isso eu já posso afirmar [que há], porque é assim a legislação penal e assim deve permanecer”.

Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ressaltou, na sexta-feira (14/6), que o governo federal não vai atuar para mudar a legislação que trata de aborto no país. Ele enfatizou: “Não contem com o governo para mudar a legislação de aborto no país, ainda mais para mudar para um projeto que estabelece que a mulher estuprada vai ter uma pena duas vezes maior do que o estuprador. Não contem com o governo para essa barbaridade”.

Entenda o texto

A proposta é de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e de outros parlamentares do PL. O projeto visa alterar o Código Penal, que, atualmente, não prevê restrição de tempo para interrupção da gravidez.

O aborto é permitido apenas em casos de estupro, risco de vida materna ou quando o feto possui anencefalia. No entanto, a proposta dos deputados prevê a criminalização da interrupção acima de 22 semanas de gestação, independentemente das situações já previstas na legislação.

Caso seja aprovado, a mulher que realizar aborto acima de 22 semanas pode ser condenada de 6 a 20 anos de reclusão. O crime de estupro, todavia, é punível de 6 a 10 anos.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?