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Com prisão decretada, ex-deputado fura cerco policial no ES e foge

PM da reserva conhecido como capitão Assumção foi detido no 4º Batalhão, em Vila Velha (ES), mas fugiu

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Polícia Militar Espírito Santo
1 de 1 Polícia Militar Espírito Santo - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

A Polícia Militar do Espírito Santo tentou prender neste domingo (26/2), sob ordem da Justiça Militar capixaba, quatro integrantes da corporação em suas casas. Um deles, o ex-deputado federal e PM da reserva conhecido como capitão Assumção, foi detido mais tarde no 4º Batalhão, em Vila Velha (ES), por homens da Corregedoria, mas furou o cerco e escapou.

Segundo agentes da equipe que tentou prendê-lo, Assumção, que é aliado do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), conseguiu fugir em meio a um tumulto criado por um grupo de colegas e de mulheres de policiais amotinados, que se manifestava em frente ao quartel. Houve troca de empurrões e o ex-deputado escapou depois de receber voz de prisão.

A Justiça Militar do Espírito Santo decretou na sexta-feira (24), a pedido do Ministério Público capixaba, a prisão de quatro policiais por envolvimento no motim dos policiais militares no estado. Eles são acusados de incitar o movimento e de aliciamento de outros policiais com a divulgação de áudios e vídeos em redes sociais.

Dos militares que tiveram a prisão decretada, apenas o tenente coronel Carlos Alberto Foresti havia sido detido até a conclusão desta edição. O oficial havia se apresentado no sábado (25) à unidade da Polícia Militar de Itaperuna, no Rio de Janeiro, e foi encaminhado para o presídio da PM do Espírito Santo, em Vitória.

A Polícia Militar informou que adota medidas para cumprir as ordens de prisões dos demais policiais. Segundo o coronel Ilton Borges, as investigações apontaram que o tenente coronel Foresti, que trabalhava no centro de despacho de viaturas, desde o início do movimento, fez manifestações de apoio aos policiais com divulgação de vídeos nas redes sociais.

Já o capitão Assumção teve participação presencial nas entradas dos quartéis e divulgação de mensagens de apoio nas redes sociais.

Terrorismo digital
Sem citar nomes, o secretário afirmou que o Espírito Santo viveu um quadro de “terrorismo digital” por meio da disseminação de informações falsas e boatos com o objetivo explícito de colocar a população em pânico, paralisar o transporte público e fechar o comércio. Segundo Ricas, 80% das mensagens partiram de pessoas e redes de fora do estado.

“O que se espera de um movimento como esse que toda a movimentação seja do estado, principalmente dos policiais, mas não foi o que aconteceu”, disse. O secretário informou que há indícios robustos dos interesses políticos e econômicos por trás do movimento. Dados pessoais do secretário e de seus familiares foram invadidos e disseminados por e-mail durante o fim de semana. “Fica evidente a ousadia desse grupo e o que eles são capazes”, afirmou. Na sua avaliação, pode ter havido crime contra as leis de Segurança Nacional e de Terrorismo.

O movimento supostamente controlado pelas mulheres dos militares perdeu a força após 21 dias de paralisação. No sábado, o governo estadual aceitou fechar mais um acordo com o grupo, estabelecendo um encontro para discutir reivindicações da categoria no dia 2 de março. Ficou decidido que não haveria mais punições de militares.

Uma equipe de especialistas em comunicação digital ajudou a reportagem a rastrear o movimento de apoio nas redes sociais ao motim da PM. Bolsonaro publicou ontem em sua página no Facebook a mesma resposta que deu ao estado, informando que só se manifestaria sobre o assunto ao vivo e desde que a conversa fosse gravada em vídeo. A defesa dos envolvidos não foi localizada.

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