Com prisão de Zinho, Pipito é a bola da vez na milícia carioca
Considerado número dois da maior milícia do Rio de Janeiro, Pipito deve assumir chefia da organização após prisão de Zinho
atualizado
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Após a prisão de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, considerado o criminoso mais procurado do Rio de Janeiro, o posto de chefão da milícia no estado pode ser ocupado por Rui Paulo Gonçalves Estevão, mais conhecido como Pipito, de 32 anos.
Zinho foi preso na véspera de Natal, no último domingo (24/12), após se entregar para a Polícia Federal (PF). O miliciano chefiava a maior organização paramilitar do Rio, que dominava a zona oeste da capital fluminense.
Agora, o posto deve ser ocupado por Pipito, considerado o número dois da facção criminosa. Ele chegou a este patamar após a morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, sobrinho de Zinho. Na época, Pipito foi responsável por comandar uma onda de ataques a ônibus na capital em protesto à morte de Faustão.
O miliciano tem uma longa ficha criminal. Pipito foi indiciado por comercialização de bebidas falsificadas, corrupção, adulteração de produtos alimentícios e contrabando de cigarro. Em 2018, acabou preso por associação criminosa, apontado como “homem de confiança” de Wellington da Silva Braga, o Ecko, que comandava a facção Liga da Justiça, hoje reformulada como Bonde do Zinho.
Na época, ele foi identificado como responsável pela briga territorial entre criminosos na comunidade de Antares, em Santa Cruz, e era tratado como chefe da milícia. Em 2020, beneficiado por uma decisão judicial que permitia saída temporária durante a pandemia, o miliciano teve a soltura decretada e sua volta para cadeia depende de uma nova decisão da Justiça.
Prisão de Zinho
Zinho tinha ao menos 12 mandados de prisão em aberto e era considerado foragido desde 2018. Ele acabou detido após tratativas entre advogados dele com a PF e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
O miliciano se apresentou aos policiais federais da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE-PF/RJ) e do Grupo de Investigações Sensíveis e Facções Criminosas (Gise/PF), na superintendência regional da corporação.
A prisão de Zinho aconteceu menos de uma semana após a Operação Batismo, da PF, que apreendeu documentos e telefones na casa da deputada estadual Lucinha (PSD), suspeita de ser braço político da milícia.
Zinho foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) e, posteriormente, encaminhado ao sistema prisional do estado. Depois, acabou transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, prisão de segurança máxima na zona oeste do Rio de Janeiro.
Uma audiência de custódia realizada nessa terça-feira (26/12) determinou que o miliciano continuará preso em uma cela de seis metros quadrados no presídio de segurança máxima.