Com orçamento apertado, PRF limita serviços de manutenção em viaturas
Ainda não há previsão de quando as atividades voltarão à normalidade. Serviços para garantir a segurança das viaturas seguem em operação
atualizado
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Nos próximos dias, viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) terão os serviços de manutenção considerados não essenciais limitados. O principal motivo por trás da decisão é a falta de recursos necessários para manter as atividades regulares de conserto dos veículos oficiais. O anúncio foi dado por ofício pela própria PRF e encaminhado em 11/11 para as superintendências regionais.
Na prática, de acordo com o órgão, agora qualquer serviço desse tipo precisará passar por aprovação da Diretoria-Geral para ser executado. Entre os itens de manutenção considerados “não essenciais” estão, por exemplo, lanternagem e funilaria, fornecimento de extintores de incêndio e pintura.
Questionada sobre os impactos das restrições e sobre os riscos de novas limitações mais significativas, a PRF não retornou o contato do Metrópoles até a última atualização desta reportagem.
Confira, abaixo, a lista completa de itens inclusos no ofício que foram restringidos pelo orçamento da corporação:
- Manutenção mecânica corretiva;
- Manutenção elétrica;
- Lavagem, aspiração, lubrificação, polimento e cristalização;
- Lanternagem e funilaria;
- Pintura;
- Estofagem;
- Chaveiro automotivo, incluindo fornecimento de chaves e cartões de ignição automotiva;
- Manutenção de ar-condicionado automotivo;
- Fornecimento de peça, componente e/ou acessório automotivo;
- Fornecimento de extintores de incêndio e cargas;
- Reparo e substituição de acessórios veiculares policiais luminosos e sonoros;
- Plotagem, adesivagem e envelopamento;
- Blindagem automotiva (serviços, materiais e peças).
No ofício, a PRF destacou que manutenções relacionadas à segurança das viaturas seguem normalmente. O órgão ressaltou, ainda, que está em contato com o Ministério da Justiça, a quem responde na estrutura do atual governo, para normalizar as atividades. Também procurado pela reportagem sobre o andamento desta negociação, o Ministério da Justiça ainda não retornou o contato.
Gastos com viagens
O ofício que anunciou o corte de atividades ditas não essenciais na Polícia Rodoviária Federal apareceu em um momento em que inúmeras polêmicas rondam o nome do diretor-geral do órgão, Silvinei Vasques. A última envolve o movimento da cúpula da PRF para bancar R$ 144 mil em viagens ao Chile e à Espanha, onde Vasques fará um mestrado no Centro Universitário da Guarda Civil do país.
Nas redes sociais, deputados e senadores eleitos pelo PT compartilharam publicações indignados com a dualidade entre o anúncio de corte de verbas em serviços rotineiros e o possível custeio das viagens de mestrado do diretor da PRF.
Caso se confirme o pagamento de R$ 144 mil para que Silvinei Vasques, o diretor bolsonarista da PRF que deturpou a instituição, faça curso no exterior, estaremos diante de um escárnio. Silvinei deve ficar no país e responder pelos seus atos, não ser agraciado pelos mal feitos.
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) November 21, 2022
ABSURDO! A cúpula da PRF alega falta de verba para a manutenção em viaturas, mas decidiu bancar R$ 144 mil em viagens do diretor-geral Silvinei Vasques para a Espanha e Chile. Vasques já responde a processo por improbidade administrativa.
— Humberto Costa (@senadorhumberto) November 21, 2022