Com medo de presas, mãe de Henry pede para ficar isolada em presídio
Monique Medeiros prestou depoimento aos agentes da Secretaria de Administração Penitenciária onde relatou rejeição das outras detentas
atualizado
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Rio de Janeiro – Com medo de retaliações na cadeia, a mãe do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, presa no Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, pediu a agentes da Secretaria de Estado Administração Penitenciária (Seap) para ir para o “seguro”, cela onde fica isolada de outras internas.
Atualmente, ela está sozinha para cumprir o protocolo de segurança durante a Covid-19, que prevê quarentena de 14 dias. Monique e o padrasto do menino, o médico e vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), estão presos por envolvimento na morte de Henry.
“Após a quarentena, o interno é classificado pelo tipo de crime. Como a Monique fez o pedido de ‘seguro’ em depoimento prestado, relatando o risco de vida em razão da rejeição das internas, quando passar os 14 dias, ela ficará isolada”, explicou o secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montenegro.
Montenegro informou ainda que a unidade onde Monique está também dispõe de câmeras de segurança para monitoramento do dia a dia das internas. “No sistema não se faz distinção de presos por crime e a gente tem que cumprir a lei. Agora, a administração pública tem ser transparente e dar satisfação à sociedade”, ressaltou o secretário.
Na última segunda-feira (12/4), a Seap informou que Monique Medeiros foi encaminhada ao Hospital Penal Hamilton Agostinho, no Complexo de Gericinó, após sentir dores abdominais ao urinar e solicitar atendimento médico. E, em seguida, retornou ao Instituto Penal Ismael Sirieiro.
Caso Henry
Jairinho e Monique estão com a prisão temporária decretada por 30 dias por determinação do 2º Tribunal do Júri. O menino Henry foi levado pelo casal já morto para o hospital Barra D’Or, zona oeste, no dia 8 de março.
Eles alegam acidente doméstico, mas o laudo aponta morte violenta por 23 lesões provocadas por agressões. A polícia comprovou que Monique sabia das agressões, como revelou em novo depoimento a babá Thayna de Oliveira Ferreira, que chegou a mentir para a polícia.
O menino revelou para a mãe em conversa por videochamada que apanhava do padrasto. Segundo a polícia, o casal será indiciado por homicídio qualificado e tortura.