Com Lula no páreo, Doria diz que centro deve ter “juízo e bom senso”
Governador de SP comentou sobre as eleições de 2022 e disse que “40% dos eleitores vão escolher um candidato longe dos extremos”
atualizado
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João Doria (PSDB), governador de São Paulo, disse que o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a política “muda o jogo sucessório, muda a geografia eleitoral”. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anular todos os processos envolvendo o petista na Operação Lava Jato e, consequentemente, o tornou elegível.
“É uma situação completamente diferente do que a que tínhamos até agora. Ficam estabelecidos claramente dois campos adversos de polarização: a extrema esquerda e a extrema direita. Eles vão canalizar os sentimentos pró-Lula e pró-Jair Bolsonaro”, pontuou Doria nesta quarta-feira (10/3).
O governador ponderou que Lula e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) terão, cada um, “cerca de 30% dos votos [nas eleições de 2022]”. “E cerca de 40% dos eleitores vão escolher um candidato longe dos extremos”, completou.
“Se o centro democrático tiver juízo e bom senso, trabalhará para, em primeiro lugar, construir uma proposta para o Brasil”, afirma o chefe do Executivo do estado de São Paulo.
Entenda
As condenações contra o ex-presidente Lula no âmbito da Operação Lava Jato foram canceladas pelo ministro Edson Fachin na última segunda-feira (8/3). O ministro considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar o petista. Com isso, Lula retomou seus direitos políticos, segundo a Lei da Ficha Limpa, e tornou-se elegível novamente.
O magistrado determinou que as ações contra o petista fossem enviadas à Justiça Federal do Distrito Federal, alegando que o juiz que será sorteado para os novos julgamentos de Lula poderia decidir se usaria as provas que já integram os processos.