Compartilhar notícia
São Paulo – Bares e restaurantes na região central de São Paulo ficaram lotados na tarde deste sábado (12/12), quando passam a valer novas medidas restritivas para o funcionamento desses estabelecimentos. Nas ruas, pessoas se aglomeravam para as compras de fim de ano.
Na sexta, o governo de São Paulo anunciou novas restrições para o funcionamento de bares e restaurantes. No primeiro caso, os estabelecimentos só podem funcionar até as 20h. Já os restaurantes têm autorização para ficar abertos até as 22h, mas a venda de bebidas alcoólicas deve ser interrompida às 20h. A capacidade máxima continua em 40%.
A permanência de clientes em pé está proibida, e cada mesa pode ter, no máximo, seis pessoas. O distanciamento mínimo entre as mesas deve ser de 1,5 metro, com aferição de temperatura e acesso a álcool em gel nos acessos aos estabelecimentos.
O comércio (incluindo shoppings) passa a poder funcionar por 12 horas – o limite anterior era 10h –, mantendo a capacidade máxima de 40%, prevista na fase amarela. O limite de funcionamento continua até as 22h.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Sé, informou que foi realizada uma operação de fiscalização na área central neste sábado. Foram interditados três estabelecimentos por infrações relacionadas à legislação por Covid-19 na Praça Dom José Gaspar, local dos bares lotados e com mesas na calçada nesta tarde.
Desde o início da quarentena, segundo a prefeitura, 1.291 estabelecimentos foram interditados por descumprirem as regras vigentes, destes, 872 são bares, restaurantes, lanchonetes e cafeterias. O valor da multa é de R$ 9.231,65. Denúncias podem ser feitas pela Central SP156 (telefone, aplicativo e site https://sp156.prefeitura.sp.gov.br ), além de praças de atendimento das subprefeituras.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu neste sábado críticas feitas pelo presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Percival Maricato, às novas medidas. A entidade promete entrar nesta segunda-feira (14/12) na Justiça contra as novas restrições, classificadas por Maricato como um golpe de morte para o setor.
“É um equívoco da Abrasel, eu respeito porque eles estão fazendo a defesa do setor. Golpe de morte hoje é a Covid, é a Covid que mata. Inimigo da economia não é quarentena é a Covid. É o coronavírus. Então nós temos que combatê-lo. Eu lamento que a associação, embora defendendo os seus interesses, não compreenda que estamos diante de uma pandemia, que leva em média 8oo vidas [a cada dia] no país e 150 vidas aqui São Paulo. São Paulo não vai ficar inerte esperando as pessoas serem infectadas e morrerem”, afirmou Doria em coletiva.
O governador destacou que São Paulo foi o primeiro estado do país a declarar a quarentena e a Abrasel se posicionou contra a medida na época. “Ao setor de bares e restaurantes, primeiro a nossa solidariedade, a todos eles. Eles representam uma parte considerável da economia do estado de São Paulo. Mas eu tenho certeza de que os donos de bares, restaurantes e padarias querem os seus funcionários vivos e os seus clientes vivos”, afirmou.
Doria disse ainda que, se houver necessidade, o governo poderá adotar medidas mais restritivas para combater a Covid-19. “Desde o início, quando decretamos a quarentena, nós seguimos o que a ciência determina. Se na evolução da pandemia e nos próximos dias, nas próximas semanas, houver necessidade e o centro de contingência recomendar medidas mais restritivas, nós adotaremos”, afirmou.