metropoles.com

Com emendas bloqueadas por Dino, Congresso tem R$ 25 bi represados

Congresso Nacional aguarda a liberação das emendas parlamentares para votar propostas de interesse do Executivo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Gustavo Moreno/STF
Flávio Dino
1 de 1 Flávio Dino - Foto: Gustavo Moreno/STF

O bloqueio das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mantém represados aproximadamente R$ 25 bilhões no Orçamento da União. O ministro Flávio Dino, da Suprema Corte, determinou a retenção dos recursos indicados por deputados federais e senadores até que medidas de transparência e rastreabilidade fossem apresentadas.

A maior parcela dos recursos bloqueados afeta emendas individuais, um montante de quase R$ 11 bilhões. Já as emendas de comissão, embora não sejam de execução obrigatória, representam R$ 8,1 bilhões dos valores suspensos, enquanto as emendas de bancada estadual completam a soma, com um montante de R$ 6,7 bilhões.

Em agosto, Dino suspendeu a execução das emendas impositivas ao Orçamento. A decisão do ministro foi feita em uma ação protocolada pelo PSol, em que alega que as emendas impositivas individuais e de bancada tornam “impossível” o controle dos recursos.

Depois da decisão do magistrado, Executivo, Legislativo e Judiciário realizaram uma série de reuniões para discutir formas de ampliar a transparência e a rastreabilidade na execução das emendas parlamentares. Os encontros tiveram como resultado um projeto de lei complementar (PLP) aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com o intuito de liberar as emendas, o Legislativo informou ao STF, na quarta-feira (27/11), documentos junto ao gabinete do ministro Flávio Dino, com informações de deputados e senadores que, em 2021, foram oficiados pela presidência da Mesa do Congresso.

O projeto apresentado busca resolver os impactos ao criar regras mais claras para o rastreio e fiscalização de recursos. Uma das propostas visa a destinação de emendas de bancada estadual para ações consideradas estruturantes, e veda a individualização das ações para indicações de cada membro da bancada.

A expectativa dos deputados e senadores era de que Dino liberasse os recursos até sexta-feira (29/11), o que não ocorreu. Os parlamentares condicionaram a volta dos recursos indicados para análise de pautas importantes para o governo, como o pacote de revisão de gastos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária (LOA).

O Metrópoles conversou com deputados e senadores que indicaram que sem a liberação das emendas parlamentares “nada” que seja de interesse do Palácio do Planalto deverá avançar. A preocupação da equipe econômica de Lula aumenta, visto a proximidade do recesso parlamentar, previsto para 23 de dezembro.

Pacote de contenção de gastos

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), protocolou na sexta um projeto de lei (PL) e um PLP com algumas das medidas do Planalto para revisão das despesas públicas, como regras para o uso do dinheiro público e impor limites ao aumento real do salário mínimo. Ainda é aguardado a entrega de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que deve ocorrer nos próximos dias.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou que a Casa Legislativa entrará em um esforço concentrado para analisar o pacote do Palácio do Planalto. A intenção do líder alagoano é realizar sessões de segunda a sexta, além da mobilização das bancadas para finalizar todas as pendências presentes na Câmara.

Alguns parlamentares indicaram à reportagem que a votação das medidas pode sim acontecer neste ano, basta ter “vontade política” dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Um político indicou que esforços concentrados não são novidades dentro do Parlamento e que, caso necessário, uma PEC pode sim ser analisada de forma celere.

A PEC de contenção de gastos deve começar a tramitar pela Câmara dos Deputados, no entanto, Lira sinalizou que a matéria seguirá o rito natural da Casa. Isso quer dizer que a proposta deverá ter a admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), depois seguir para uma comissão especial, que terá até 40 sessões plenárias para analisar o mérito e depois ser votada no plenário.

Com isso, há quem acredite que parte do pacote da equipe econômica fique para o ano que vem.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?