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Com cortes da Petrobras, distribuidoras estudam importar combustíveis – e repassar o custo

Brasilcom, que representa distribuidoras de todo o país, analisa a possibilidade de importar gasolina e diesel para evitar desabastecimento

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Posto de combustível vende gasolina à 0,40 centavos em protesto na Bela Vista em SP - Desbastecimento - Gasolina
1 de 1 Posto de combustível vende gasolina à 0,40 centavos em protesto na Bela Vista em SP - Desbastecimento - Gasolina - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Diante da possibilidade de desabastecimento no país, as distribuidoras não descartam de importar combustíveis para suprir demanda não atendida pela Petrobras. De acordo com a Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom) – representante de mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis –, “mesmo que a Petrobras não consiga, segundo seu comunicado, atender a todos os pedidos feitos pelas distribuidoras, sempre permanece a possibilidade de importação de modo a suprir o que parece ser a deficiência por incapacidade de produção”. A possibilidade foi revelada em nota da entidade.

No último dia 11 de outubro, diversas distribuidoras de combustíveis filiadas à Brasilcom alegaram ter recebido comunicados do setor comercial da Petrobras informando uma série de cortes nos pedidos feitos para fornecimento de gasolina e óleo diesel para o mês de novembro.

Segundo informam as distribuidoras, as reduções promovidas pela Petrobras alcançam, em alguns casos, 50% do volume solicitado para compra. Essa medida colocaria o país em situação de potencial desabastecimento. A importação seria uma alternativa para evitar a falta de combustível. Isso, contudo, alerta a Brasilcom, resultaria em alta ainda mais acentuada nos preços nas bombas.

“A consequência desse suprimento [via importação], entretanto, será o efeito nos preços dos combustíveis, uma vez que, segundo os importadores, os produtos no exterior estão em torno de 17% acima dos produtos locais”, registra a associação em nota.

Os aumentos podem ocorrer, em caso de necessidade de importação, devido à “impossibilidade de compensar as reduções de fornecimento por meio de contratos de importação, considerando a diferença atual entre os preços do mercado internacional, que estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil”, diz nota da Brasilcom.

“A Agência Nacional de Petróleo (ANP) já foi comunicada do potencial problema, através de diversas correspondências enviadas pelas distribuidoras ao endereço eletrônico movimentações@anp.gov.br, identificado pela ANP como o canal apropriado para o envio de informações sobre esse tipo de situação”, diz ainda comunicado.

Desabastecimento

Quatro dias após negar risco de desabastecimento no Brasil, a Petrobras recuou e admitiu, nesta terça-feira (19/10) que o país pode sofrer com a escassez de diesel e de gasolina.

A justificativa da empresa é de que a demanda dos distribuidores por diesel aumentou 20% e a por gasolina, 10%, em relação ao mesmo período de 2019.

Segundo a estatal, a “demanda atípica” de pedidos para fornecimento de combustíveis em novembro ficou muito acima dos meses anteriores.

O imbróglio ocorre no momento em que caminhoneiros ameaçam nova greve a partir de 1º de novembro, por causa do aumento do diesel, entre outras reivindicações.

No ano, a Petrobras já elevou o preço do diesel em 50% em suas refinarias. Nas bombas, a alta acumulada é de 30%. Já a gasolina acumula alta de cerca de 51%.

Capacidade de produção

Segundo a estatal, o parque de refino operou no primeiro semestre de 2021 com um fator de utilização (FUT) de 79% – a capacidade seria a mesma média de 2020 e superior à registrada em 2019 (77%) e em 2018 (76%).

“Vale ressaltar que nos últimos anos a Petrobras realizou investimentos em seu parque para aumentar a capacidade de processar economicamente o petróleo bruto brasileiro mais pesado, melhorar a qualidade do derivado para atender a normas regulamentares mais rígidas, modernizar as refinarias e reduzir o impacto ambiental de suas operações de refino”, frisa a companhia.

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