Com atraso, ConecteSUS deve voltar até o fim de semana, diz Queiroga
Plataforma está fora do ar há quase uma semana. Previsão de restabelecimento era terça-feira (14/12), mas sistema sofreu novo ataque hacker
atualizado
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Após quase uma semana fora do ar, a plataforma ConecteSUS, que reúne informações clínicas da população brasileira — incluindo dados sobre a vacinação contra a Covid-19 — deve ser reativada até o final de semana.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (16/12), pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O cardiologista afirmou que a área técnica do órgão trabalha para reativar a plataforma o mais breve possível.
A rede ficou inativa após o Ministério da Saúde sofrer dois ataques hackers. O primeiro ocorreu na última sexta-feira (10/12) e, segundo Queiroga, atingiu a rede da Embratel, empresa ligada à instituição que administra sistemas do governo federal. Após o incidente, uma série de plataformas do órgão ficou fora do ar.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Embratel esclareceu que está apoiando o Ministério da Saúde no tratamento dos danos causados pelo crime cibernético.
“Destacamos que a Embratel não é responsável pela gestão operacional do ambiente tecnológico do Ministério da Saúde sendo somente o broker de Cloud, provida por outro fornecedor. Estamos apoiando o Ministério no tratamento do incidente e a ocorrência está sendo analisada por nossa equipe, que segue também apoiando as autoridades nas investigações e prestando todo o suporte técnico necessário”, informou.
O segundo ataque ocorreu na madrugada de segunda-feira (13/12), quando hackers invadiram a rede interna do ministério. O sistema de telefone e a intranet ficaram inativos, e diversos servidores precisaram trabalhar em regime de home office.
“O ConecteSUS, no fim de semana, deve ser solucionado. A ideia era que o ConecteSUS fosse restaurado na terça-feira, eu até falei isso para a imprensa. Só que houve esse outro ataque hacker, e a gente está buscando todos os maios para ter uma segurança maior, embora não exista segurança total”, disse Queiroga.
O ministro também informou que a rede interna do ministério foi restabelecida nesta quinta-feira. Com a reativação dos sistemas, servidores voltaram ao trabalho presencial.
“A questão dos hackers está na PF para que possamos identificar esses criminosos. As medidas serão tomadas para restabelecer a rede. A rede interna já foi restabelecida, o ConecteSUS está em avanço para que volte a funcionar o mais rápido possível”, concluiu o ministro.
Ataques ao governo federal
A ocorrência do segundo ataque hacker foi confirmada pelo ministro Marcelo Queiroga, na noite de segunda-feira (13/12). Os sistemas internos do órgão estavam inativos desde a madrugada, mas a assessoria de imprensou negou, durante toda a tarde, a incidência de crime cibernético.
Em nota enviada à imprensa, a pasta informou que o problema se tratava de manutenção da rede interna. No entanto, à noite, Queiroga admitiu o ataque.
“Aquele primeiro ataque não foi um ataque ao Ministério da Saúde. Aquilo foi a nível da Embratel, e felizmente os dados não foram comprometidos”, assinalou Queiroga. O titular da Saúde explicou que o prazo para retomada do ConecteSUS, definido para esta terça-feira (14/12), já não será cumprido.
“Houve esse outro ataque. Infelizmente somos vítimas dessas figuras que têm, de maneira criminosa, invadido o sistema. Tentado invadir, eles não conseguem invadir, mas tumultuam, atrapalham”, acentuou o ministro.
O primeiro ataque hacker aos sistemas do governo federal ocorreu durante a madrugada de sexta-feira (10/12) e teria “sequestrado” cerca de 50 terabytes de dados relacionados à pasta. A organização Lapsus$ Group assumiu a autoria da invasão, de acordo com a mensagem deixada no site.
Além do Ministério da Saúde, outros órgãos federais foram alvo de ataque hacker na última sexta-feira. É o caso da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Instituto Federal do Paraná (IFPR), que tiveram seus sistemas invadidos na semana passada.