Com alta e despachando de SP, Lula poderá retomar reforma ministerial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega à reta final de 2024 se recuperando de cirurgias na cabeça e com pendências que poderão permanecer até 2025. Entre as principais, estão o desejo de melhorar a comunicação do governo federal e as eventuais mudanças na Esplanada dos Ministérios.

Em conversas com ministros, o petista demonstrou ao longo do ano incômodo em relação à comunicação do governo e chegou a cobrar que os titulares se empenhassem para divulgar os próprios trabalhos.

“Há um erro no governo na questão da comunicação, e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias para que a gente não reclame de que não está se comunicando bem”, afirmou Lula, no começo de dezembro.

O entendimento é que as pesquisas de opinião, nas quais o desempenho de Lula caiu nos últimos 12 meses, sofrem porque as boas notícias e os feitos do governo não são transmitidos para a população.

Com isso, o ministro Paulo Pimenta passou a ser cogitado para deixar a Secom. No lugar dele, seria chamado o marqueteiro Sidônio Palmeira, membro da campanha de Lula em 2022.

Caso deixe de fato a Secom, Pimenta pode tanto ser direcionado para outra pasta como reassumir o mandato de deputado federal. Ele é cotado, inclusive, caso volte à Câmara, a ser líder do governo.

Outro ministério visado é o de Márcio Macêdo, a Secretaria-Geral da Presidência, onde Pimenta poderia ser encaixado também. Apesar disso, o titular da pasta afastou os rumores em um café da manhã com jornalistas, na terça-feira (17/12).

“Não tem nenhuma discussão do governo sobre reforma ministerial”, pontuou. “Fico até o dia que o presidente quiser. Vai ter sempre um soldado defendendo o que acredito, eu sou militante”, completou Macêdo.

As mudanças poderiam atingir ainda outras pastas para acomodar mais membros do Centrão ou renovar ministérios que apresentam, na avaliação do Planalto, resultados abaixo do esperado.

A expectativa de Lula é conseguir voltar para Brasília na quinta-feira (19/12), após exames em São Paulo, de onde tem despachado desde o começo da semana. Dessa forma, o petista pretende retomar o contato mais frequente com ministros, aliados e articuladores.

Apesar disso, os médicos do chefe do Executivo alertaram que ele deverá repousar “por algumas semanas”.

Quadro de saúde

O presidente se recupera em São Paulo após ser submetido a três procedimentos desde a última terça-feira (10/12): trepanação, embolização das artérias meníngeas e remoção de dreno colocado na primeira cirurgia.

As operação foram consequência do trauma sofrido por Lula na cabeça após queda no Palácio da Alvorada, em outubro. Na segunda-feira (9/12), o petista teve sinal de alerta ao ser acometido por forte dor de cabeça.

Com isso, ele teve de realizar exames. Após análise, ficou decidido que o presidente iria a São Paulo para ser atendido pelo médico Roberto Kalil Filho, que lidera a equipe de saúde do petista.

A vontade do titular do Planalto é retornar para Brasília ainda nesta semana e fazer os despachos na residência oficial da Presidência.