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Com alta de casos, Brasil cria 3,3 mil leitos de UTI para Covid-19 em um mês

Somente em dezembro, para se ter dimensão dos custos, foram gastos aproximadamente R$ 400 milhões

atualizado

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Davidyson Damasceno/Agência IGESDF
DF ativa 20 novos leitos de UTI para pacientes com Covid-19
1 de 1 DF ativa 20 novos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 - Foto: Davidyson Damasceno/Agência IGESDF

Com a escalada de casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Brasil aumentou em 20,3% a abertura de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) exclusivos para pacientes graves.

A quantidade saltou de 16,2 mil leitos, na primeira semana de dezembro de 2020, para 19,5 mil na última. Esse é um dos reflexos causados pelo aumento do número de adoecimentos no país.

Ao todo, o governo federal já gastou R$ 2,7 bilhões com o custeio desse tipo de leito. Somente em dezembro, para se ter dimensão dos custos, foram gastos cerca de R$ 400 milhões.

Os dados fazem parte de um monitoramento do Metrópoles, com base em informações publicadas na plataforma Localiza SUS, criada para prestação de contas e alimentada pelo Ministério da Saúde.

Para serem habilitados, estados e municípios devem enviar um ofício ao Ministério da Saúde com a solicitação. Entre os aspectos observados, estão a curva epidemiológica do coronavírus na região – os leitos devem estar com a ocupação superior a 50% –, a estrutura para manutenção e funcionamento da unidade intensiva e o corpo clínico para atuação em UTI.

Os recursos são pagos em parcela única a estados e municípios para que os gestores locais façam o custeio das unidades intensivas por 90 dias – ou enquanto houver necessidade, em decorrência da pandemia. Ao todo, 21 estados já receberam a ajuda.

Cada estrutura para Covid-19 demanda diariamente o dobro do valor habitual para leitos de UTI, passando de R$ 800 para R$ 1.600. Os gestores dos estados e municípios recebem o valor antes mesmo que os locais sejam ocupados.

O consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Leonardo Weissmann alerta para o monitoramento que o governo federal precisa fazer.

“Se tivéssemos testagem dos casos em grande quantidade, como recomendado, poderíamos ter uma previsão melhor da necessidade de leitos”, pondera.

O especialista alerta que algumas cidades já estão vivendo um colapso do sistema de saúde.

“Não dá para esperar o ápice para se planejar, pois criar mais leitos requer estrutura física e recursos humanos, o que não se consegue tão prontamente”, explica.

Versão oficial

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o aumento de leitos é uma medida de apoio aos estados e municípios. “A medida fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS) e leva atendimento para a população em todo o país”, resume. Segundo o texto, o governo tem investido em ações, serviços e infraestrutura para o enfrentamento da pandemia.

Sobre a habilitação dos leitos, a pasta informou. “Os critérios são objetivos, para dar celeridade e legalidade ao processo e garantir o recurso necessário o mais rápido possível”, frisa.

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