Com agências abertas, Caixa envia e-mail com 19 casos suspeitos
Além do Distrito Federal, onde já foi registrado um funcionário testado positivo, há situações em mais oito estados do país
atualizado
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A Caixa Econômica Federal tem ao menos 19 casos suspeitos de coronavírus em unidades do banco de todo o país. Em um e-mail interno enviado na sexta-feira (20/03), ao qual o Metrópoles teve acesso, o banco divulga os números como sendo “confidenciais”.
Enquanto não há confirmação de todos os casos, a instituição mantém as agências bancárias abertas, com todos os funcionários trabalhando presencialmente, exceto aqueles que fazem parte do grupo de risco à doença.
Segundo o e-mail, o estado que lidera o número de suspeitas é São Paulo, com oito pessoas em observação. O Distrito Federal tem três casos suspeitos e um funcionário já confirmado com o novo coronavírus.
Na terceira posição está o Rio de Janeiro, com dois empregados, seguidos de mais seis estados com um caso: Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Piauí.
Servidores ouvidos pelo Metrópoles revelam que foram destinados, a cada agência, R$ 300 para a compra de produtos que ajudem na prevenção da doença.
No entanto, alegam que o material não é suficiente. Eles relatam dificuldade para comprar as máscaras. A reclamação é sobre a insegurança em atender ao público sem esse tipo de proteção.
Restrição de acesso
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), assinou o decreto 40.537/2020 na última quarta-feira (18/03) que proíbe o atendimento ao público em todas as agências bancárias no DF por 15 dias.
Há, contudo, uma exceção na norma: aos atendimentos referentes “aos programas bancários destinados a aliviar as consequências econômicas do novo coronavírus, bem como os atendimentos de pessoas com doenças graves”.
Após a determinação, o banco enviou um aviso interno aos funcionários candangos. O documento, que citava o decreto do GDF, trazia um aviso aos clientes com a oferta de atendimentos reduzidos a programas bancários.
Os servidores poderiam atender clientes apenas para tratar de Linhas de Crédito Pessoa Física – crédito consignado e crédito pessoal; Linhas de Crédito Pessoa Jurídica – crédito a PJ com taxa especial e renegociação de dívidas, além de operação de Crédito Caixa Hospitais.
Funcionamento normal
Na lista há ainda a pausa e a renegociações nos contratos habitacionais e comerciais e serviços bancários essenciais aos cidadãos como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Programa Integração Social (PIS), Seguro Desemprego e INSS.
“O decreto deixou essa brecha.Mas isso já é tudo que a gente faz: empréstimo, renegociação, saque, depósito. Ficou tudo aberto, estamos atendendo normal. Não mudou nada”, queixou-se um servidor que trabalha de caixa em uma das agências de Brasília.
Em resposta ao Metrópoles a Caixa disse que nos casos suspeitos de diagnóstico do coronavírus, o banco adota “todos os cuidados necessários, conforme o protocolo do Ministério da Saúde, como disponibilização de trabalho remoto pelo prazo de 14 dias”.
A medida serve tanto para as pessoas das unidades envolvidas quanto para aquelas que tenham tido contato com empregados diagnosticados, informou o banco. Além disso, a Caixa afirmou fazer higienização completa do local onde foi registrado o caso.
“Todos os empregados e terceirizados do banco, bem como os parceiros, recebem orientações regularmente, por diversos canais de comunicação, baseadas nas diretrizes divulgadas pelo Ministério da Saúde”, justificou na nota.
O banco disse ainda que foi criado um portal que centraliza todas as informações e disponibilizada uma cartilha no sistema interno do funcionário. “As reuniões, pontos de controle e treinamentos presenciais foram substituídos por chats, vídeos ou audioconferência”.