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Com 9 grandes rios críticos, Amazônia pode ter novo recorde de seca

Dois rios já alcançaram cota mínima histórica neste ano. Caso chuvas não sejam significativas a partir de agora, condição tende a piorar

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Gustavo Basso/NurPhoto via Getty Images
Imagem colorida da comunidade de Porto Praia
1 de 1 Imagem colorida da comunidade de Porto Praia - Foto: Gustavo Basso/NurPhoto via Getty Images

A Amazônia vive uma seca extrema. No estado do Amazonas, os nove grandes rios acompanhados pelo governo estadual estão com cotas “abaixo da normalidade para o período”, e dois deles apresentam cotas mínimas históricas.

No estado, a calha do Rio Juruá, em Itamarati, e a do Alto Solimões, em Tabatinga, são as que têm o recorde negativo de cotas. Os dois municípios têm, respectivamente, 10,9 mil habitantes e 72,2 mil habitantes.

Pelo histórico, a tendência é que a baixa nas cotas dos mananciais continue até pelo menos novembro, caso a previsão de chuvas abaixo da média até lá se confirme. A situação atual é descrita como “alarmante”.

Doutor em geografia e professor do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcos Castro acredita que a região enfrentará o pior cenário da história se não houver chuvas significativas em outubro.

“A seca pode avançar e ficar igual ou ainda mais agravada do que a do ano passado. Isso é repercussão da quantidade de chuvas, que tem diminuído”, prevê.

Os prognósticos não são positivos. As previsões meteorológicas, conforme o relatório do governo do estado, são de chuvas abaixo das médias históricas em todos os mananciais do estado do Amazonas.

El Niño

O professor da Ufam explica que o cenário atual é reflexo do último período chuvoso, que foi afetado pelo El Niño, com redução nas precipitações. Atualmente, o cenário para o Brasil é considerado como de neutralidade, ou seja, sem atuação do El Niño ou do La Niña. Este último fenômeno, caso se confirme para 2025, a depender da intensidade, pode implicar no aumento dos volumes de precipitações no Norte e Nordeste do Brasil.

“Os dados apontam que no mesmo período do ano passado, nós tínhamos de três a quatro metros (m) [nos níveis dos rios]. Algumas estimativas afirmam que isto pode estabilizar”, completa.

No baixo curso do Solimões, por exemplo, a estação localizada em Manacapuru registrou no último dia 9 nível de 7,54 m. Ao longos dos últimos anos, conforme o governo estadual, no início de setembro as águas tinham média de 14,04 m. Em Itacoatiara, o Rio Amazonas tinha nível de 5,5 m. Nos últimos 10 anos, as médias para o início de setembro foram de 9,94 m.

Com os rios em baixa, as cidades e comunidades com acesso mais difícil sofrem os efeitos da seca. Há aumento nos preços de alimentos e produtos em geral, redução nas opções de transporte, queimadas e prejuízos à saúde, conforme o Metrópoles mostrou no início de agosto deste ano.

Até a última quinta-feira (19/9), o bioma Amazônia teve 96.483 queimadas. O número é 95% maior do que o registrado no mesmo período de 2023, quando houve 49.341 registros do tipo.

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