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Com 6 mil casos diários, dengue dispara e já supera total de 2021

São 757 mil adoecimentos somente em 2022. Em cinco meses, o Brasil superou os 544 mil casos de dengue registrados em todo o ano passado

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mosquito dengue foco goiania goias (1)
1 de 1 mosquito dengue foco goiania goias (1) - Foto: Vinicius Schmidt/Metrópoles

O mais recente panorama das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, divulgado pelo Ministério da Saúde, traz um alerta preocupante. Até 7 de maio, o país registrou diariamente uma média de 6 mil casos de dengue.

São 757 mil somente em 2022. Em cinco meses, o Brasil superou os 544 mil registros da enfermidade em todo o ano passado — uma alta de 151%. A capital federal e Goiânia lideram o ranking, com 37 mil e 36 mil casos, respectivamente.

Em todo o país, foram confirmadas 265 mortes pela doença. Os maiores números foram registrados em São Paulo (99), Santa Catarina e Goiás – 28 óbitos cada.

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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Em 1986 e 1987, o Brasil viu ressurgir um inimigo que acreditava já ter deixado para trás: a dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A partir de então, o país convive com epidemias frequentes da enfermidade.

Agora, a situação é pior no Centro-Oeste, onde a alta da dengue é de mais de 270% na comparação com o mesmo período de 2021.

Depois vem a região Sul, onde a incidência sempre foi menor, mas agora vive um aumento de cerca de 260% nos casos.

O infectologista Dalcy Albuquerque, médico da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), faz alertas sobre a prevenção contra a doença.

“A principal recomendação é aquela que já damos há muitos anos: prevenção. É ter cuidado com os criadouros do mosquito. A maior parte dos criadouros está dentro de casa. Muita atenção à prevenção. E, claro, em caso de sinais da doença, é preciso procurar uma unidade de saúde”, pondera.

Dalcy explica que as epidemias de dengue são cíclicas, e que a cada três, quatro anos há uma epidemia. Nos últimos dois anos, por causa da Covid-19, o cenário foi impactado. Além disso, ele chama atenção para as questões climáticas.

“Choveu muito por um período prolongado, e isso colabora para a proliferação do mosquito”, conclui.

Surto

O surto da doença exige ações mais fortes. O Ministério da Saúde garante que tem intensificado as ações de prevenção e controle, além de realizar campanhas de mobilização.

“A pasta tem investido na ampliação dos serviços de vigilância genômica e em pesquisas de novas tecnologias para o combate da dengue e possíveis novos genótipos”, informa, em nota.

Em 2022, segundo o governo federal, foram entregues 40 milhões de pastilhas de larvicida para o tratamento de depósitos de água para todos os estados e o Distrito Federal. Além disso, foram distribuídos mais de 3 mil quilos de inseticida para o tratamento em pontos estratégicos, como borracharias e ferros-velhos.

“O combate ao mosquito deve fazer parte da rotina de todos. A colaboração e participação da população é parte fundamental para a redução da transmissão da doença”, salienta o ministério.

Testes

Com a alta de casos, cidades passaram a registrar falta de testes, o que gera subnotificação e dificulta o tratamento. Pacientes enfrentam dificuldade para fazer teste da dengue no Distrito Federal, por exemplo.

“A pasta vem trabalhando sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com os testes diagnósticos de dengue, zika e chikungunya. Uma nova remessa dos insumos está prevista para ser entregue até o mês de junho”, conclui a nota.

O ministério afirma que os testes moleculares da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão sendo entregues diretamente aos Laboratórios Centrais (Lacens) para reforçar o rastreamento da doença.

Guerra vencida

No Brasil, as primeiras epidemias de dengue foram registradas em São Paulo no fim do século 19. No Rio de Janeiro, o primeiro registro de dengue epidêmica ocorreu em 1923.

Entre essa data e os anos 1980, a doença foi praticamente eliminada do país, em virtude do combate ao Aedes aegypti, durante campanha de erradicação da febre amarela. Um nova infestação do mosquito ocorreu a partir de 1967. Na década de 1980, foram registrados novos casos de dengue.

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