Com 384 pessoas, GO atinge a maior fila de espera por UTIs da pandemia
Complexo Regulador informou dados nesta manhã. Estado vive colapso da saúde. Mesmo com aumento de leitos, não consegue atender a demanda
atualizado
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Goiânia – Goiás registrou, na manhã desta terça-feira (23/3), a maior fila de espera por leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) da Covid-19, em um ano de pandemia. Ao todo, segundo os dados do Complexo Regulador Estadual da Secretaria de Estado da Saúde (SESGO), 384 pessoas aguardavam pela liberação de leitos.
Em resposta ao Metrópoles, a SESGO confirmou a informação e atribuiu o cenário ao maior número de contaminados pela Covid-19, no estado, o que gera um aumento progressivo da quantidade de solicitações para internações.
Desde o dia 18 de março, o órgão adotou a política de divulgar diariamente a fila de espera. Além das 384 pessoas no aguardo por leitos de UTI para tratar quadros graves de Covid, outras 281 esperavam por leitos de enfermaria nesta manhã.
Mesmo com o aumento dos leitos e abertura de hospitais de campanha, o atendimento à demanda não tem sido possível em Goiás. O avanço rápido das contaminações e o agravamento dos casos colocam a rede de saúde em situação de colapso.
Nessa segunda-feira (22/3), a ocupação dos leitos de UTI regulados pelo estado atingiu 99%. Na tarde desta terça, a ocupação está em 98,89%, com apenas seis leitos disponíveis. Já nas enfermarias, a ocupação é de 90%.
Pior momento
A fila de espera por UTIs vem oscilando acima das 300 pessoas já há alguns dias, em Goiás. No dia 18 de março, eram 375. Chegou a reduzir para 313 no sábado (20/3), mas atingiu o pico nesta terça-feira.
Ao todo, 458.429 moradores de Goiás já foram contaminados pela Covid-19 em um ano de pandemia. Até o momento, segundo dados do painel eletrônico da SESGO, 10.582 pessoas morreram no estado, em decorrência de complicações geradas pela doença.
Goiás vive o pior momento da pandemia, com evolução crescente desde o início de fevereiro. O estado ultrapassou a marca das 10 mil vidas perdidas no dia 17 de março e, em seis dias, mais de 570 pessoas morreram.
Apenas 11 das 246 cidades goianas estão fora do contexto de calamidade, nesse momento, conforme a classificação do mapa da gravidade da pandemia, que acompanha a evolução regional desde fevereiro.