metropoles.com

Com 20 anos, programa para crianças ameaçadas de morte nunca foi implementado por 9 estados

Programa para crianças ameçadas de morte completa 20 anos em 2023. Centro-Oeste e Norte concentram estados sem o sistema de proteção

atualizado

Compartilhar notícia

Yanka Romão /Metrópoles
ilustraçãocolorida de criança e adolescente ameaçado de morte e pelo tráfico - Metrópoles
1 de 1 ilustraçãocolorida de criança e adolescente ameaçado de morte e pelo tráfico - Metrópoles - Foto: Yanka Romão /Metrópoles

Nove estados brasileiros ainda não aderiram ao Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, o PPCAAM. A maioria desses estados que não implementaram o programa estão nas regiões Centro-Oeste e Norte.

São eles: Amapá, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.

O PPCAAM completa 20 anos em 2023. Através desse programa, que é feito em parceria entre governos federal e estaduais, crianças e adolescentes ameaçados de morte podem mudar de cidade com seus familiares, recebendo assistência para ficarem protegidos do ameaçador.

A maior parte dos casos de ameaça tem relação com o tráfico de drogas, mas também tem casos que envolvem violência policial, sexual e doméstica. Só neste ano, 236 crianças e adolescentes foram incluídos nesse programa de proteção.

Menos assistência

Os estados que não possuem o programa formalizado até conseguem proteger uma criança ou adolescente ameaçado, mas precisam passar por um setor chamado Núcleo Técnico Federal (NTF), o que torna o processo mais demorado.

Às vezes, a pessoa ameaçada espera mais de um mês para conseguir a proteção, o que significa um grande risco, diante da iminência de ser assassinado.

Para se ter uma ideia, no ano passado, 12% das crianças e adolescentes ameaçados atendidos pelo programa foram desses nove estados, assistidos via NTF. Só o estado de Minas Gerais, que mais usa o programa, corresponde a 15% do total de atendidos pelo PPCAAM.

Mais estados

A coordenação-geral do programa, que é vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), informou que Goiás vai assinar o termo de convênio e deve ser incluído nesse sistema de proteção em agosto. Além disso, há uma previsão de que Roraima entre no programa em novembro.

Os recursos do programa são um co-financiamento entre os governos federal e estadual.

A reportagem entrou em contato com os nove estados que ainda não implementaram o programa.

O Mato Grosso informou que o PPCAAM está em fase de implantação no estado.

Já o Mato Grosso do Sul informou que há no momento uma tomada de percepção por parte dos técnicos do governo estadual sobre o PPCAAM e que haverá um cenário robusto para decisões em relação ao programa.

O governo do Mato Grosso do Sul ainda defendeu que apoia os municípios nos direitos humanos, como no apoio a capacitação de conselhos tutelares, e que há uma forte rede de proteção das crianças e adolescentes no estado.

Em nota, o governo do Tocantins disse que tem buscado contato para melhor entendimento para implementação do PPCAAM, com uma agenda marcada para agosto.

Amapá, Goiás, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe não responderam à reportagem.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?