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Colecionador Ricardo Brennand morre, aos 92 anos, por coronavírus

Empresário foi fundador do Instituto Ricardo Brennand, museu considerado um dos mais importantes da América do Sul

atualizado

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Glaysom Ramos/Divulgação
Ricardo Brennand
1 de 1 Ricardo Brennand - Foto: Glaysom Ramos/Divulgação

Ricardo Brennand (foto em destaque), empresário e colecionador de arte, morreu aos 92 anos vítima do novo coronavírus. O óbito foi confirmado na madrugada deste sábado (25/04). O pernambucano estava internado em um hospital de Recife (PE)havia uma semana. Ele tinha problemas pulmonares e deixou a mulher e oito filhos.

Brennand é fundador do Instituto Ricardo Brennand – considerado um dos melhores museus do país. Nascido na Usina Santo Inácio, em 27 de maio de 1927, era casado com Graça Maria Monteiro Brennand, com quem teve oito filhos, 20 netos e 32 bisnetos. Ele fez estudos primários e secundários nos colégios Marista e Oswaldo Cruz, no Recife, e os concluiu no ano de 1945.

Posteriormente, formou-se em Engenharia Industrial pela Universidade de Pernambuco em 1949, ano em que iniciou sua vida profissional trabalhando ao lado do seu pai, Antônio, e de seu tio, Ricardo, à frente de empresas açucareiras e de fábricas de produtos cerâmicos e refratários, de louça e porcelana de mesa.

Já na direção do Grupo Brennand, Ricardo Brennand foi responsável por projetar e modernizar 19 fábricas. Nos últimos anos, Ricardo Brennand colaborou e inspirou atitudes empresariais dos seus filhos, tendo participado da implantação e da operação de inúmeros projetos na área da geração hidrelétrica e eólica, na produção de cimento e no ramo imobiliário.

Ele foi fundador do Instituto Ricardo Brennand, cujas atividades foram iniciadas em setembro de 2002. Construído em uma área de 77.680 metros quadrados e encravado em terras do engenho São João da Várzea, o museu é considerado um dos mais importantes da América do Sul, tendo registrado nos últimos 15 anos uma frequência de 2,5 milhões de visitantes.

Erguido sobre uma colina terciária, cercado por árvores frutíferas e da Mata Atlântica, o instituto é composto por prédios reunindo o Castelo de São João, a pinacoteca, a biblioteca, a galeria, a capela e o restaurante e ostenta na sua entrada uma aleia de 1.400 metros de palmeiras imperiais. Sua alameda é finalizada por uma imponente portada em cantaria, originária de um castelo francês, ladeada por dois monumentais leões esculpidos em pedra, procedentes do Palácio Monroe (Rio de Janeiro).

Nos seus jardins, os visitantes se deparam com uma réplica em mármore de Carrara da estátua de David de Michelangelo (1504), cujo original encontra-se na cidade italiana de Florença, com 7,15 metros de altura, sete toneladas, apoiada numa base do mesmo material.

O instituto ainda tem como acervo a maior coleção privada de pinturas do artista holandês Frans Post e uma das mais importantes coleções particulares de armas brancas raras do Brasil, além de já ter contado com a presença do príncipe herdeiro da Dinamarca (2002) e da rainha da Holanda (2003) em duas das suas exposições.

 

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