“Coincidência”, diz comandante da Marinha sobre desfile e voto impresso
Almirante Almir Garnier afirmou que desfile foi “prestação de contas à sociedade, dando visibilidade ao exercício que está sendo conduzido”
atualizado
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O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, afirmou, nesta terça-feira (10/8), que foi uma “coincidência de datas” que o desfile de tanques do Planalto tenha ocorrido no mesmo dia em que será votada a proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a adoção do voto impresso para as próximas eleições no país.
Segundo Garnier, a data do evento havia sido determinada antes de a votação ser agendada para esta terça-feira.
Cerca de 40 blindados, caminhões e tanques desfilaram em frente ao Palácio do Planalto. O evento acontece todos os anos, desde 1988, em Formosa (GO), mas o convite ao presidente não é usual. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assistiu ao desfile, na companhia de ministros de Estado e parlamentares.
“Como eu disse, isso ocorre longe, ocorre num lugar que ninguém vê. A questão das críticas, me parece que houve… O presidente Lira já definiu isso. Foi uma coincidência de datas, que nós não tínhamos como prever. Na verdade, o Congresso marcou na data que a gente já tinha programado uma votação pra hoje. Então talvez isso é que tenha criado todo um pouco de ruído, né? Porque, no fim das contas, as Forças Armadas são extremamente cumpridoras da lei e da ordem”, disse o almirante ao G1.
Na segunda-feira (9/8), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também descreveu a sobreposição das datas como uma coincidência “trágica”, mas ressaltou que o fato pode ser visto como intimidação do governo. “Esse movimento não é usual. Não sendo usual, em um país que está polarizado do jeito, isso dá cabimento que se especule algum tipo de pressão”, pontuou.
De acordo com o almirante, o desfile foi uma “prestação de contas à sociedade, dando visibilidade ao exercício que está sendo conduzido, e tradicionalmente é conduzido”.