metropoles.com

Codevasf mantém contratos de R$ 106 milhões com empresa alvo da PF

Irmã de ministro das Comunicações foi afastada de prefeitura do interior do Maranhão. PF aponta suspeita de fraude em licitação

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Breno Esaki/Metrópoles
Codevasf Fachada
1 de 1 Codevasf Fachada - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) tem 26 contratos em execução, que somam R$ 106 milhões, com a Construservice. A empresa é alvo da Polícia Federal na terceira fase de uma operação que apura suspeita de fraudes em licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo verbas federais da companhia.

Dos 26 contratos, 21 firmados entre 2021 e 2022 estão com 0% de execução, o que significa que as obras não foram sequer iniciadas. A empresa é investigada pela PF desde 2021, e duas operações já foram deflagradas em julho e outubro do ano passado. Ainda assim, os contratos foram mantidos pela Codevasf.

Nesta sexta-feira (1º/9), o principal alvo da PF é a irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), Luanna Rezende, que acabou afastada do cargo. Juscelino também seria alvo, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso negou o pedido de busca e apreensão da PF.

Entre outros pontos da investigação, a polícia apura, como mostrado pela coluna Na Mira, o uso de uma emenda de R$ 5 milhões indicada pelo ministro Juscelino Filho para asfaltar uma estrada que passa na frente de uma de suas fazendas, em Vitorino Freire.

Em julho do ano passado, a polícia deflagrou a primeira fase da operação envolvendo a Construservice, apontando suspeita de esquema de fraude em licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de recursos advindos de verbas federais em contratos com a Codevasf. A apuração envolvia contratos em cinco municípios do Maranhão.

Na época, o sócio oculto da empresa, Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP ou Eduardo Imperador, foi preso. Ele é amigo de Juscelino e frequenta a fazenda do ministro em Vitorino Freire.

Meses depois, em outubro, a PF deflagrou a segunda fase da operação, momento em que apontou que um ex-gerente da companhia no Maranhão teria recebido R$ 250 mil de propina da Construservice. Julimar Alves da Silva Filho foi o responsável por um parecer que permitiu um convênio da empresa com a Prefeitura de Vitorino para a execução de uma obra que beneficiou a fazenda de Juscelino Filho na cidade.

Mesmo com as duas operações, a Prefeitura de Vitorino Freire, sob o comando de Luanna, renovou dois contratos com a empresa, que somam R$ 8,9 milhões.

Outro lado

Em nota, a Construservice afirmou que “se encontra à disposição das autoridades. “O inquérito policial ainda se encontra em fase inicial e que tudo o que nele se contém é fruto apenas de alegados indícios sobre os quais nem sequer foi ouvida anteriormente, confiando que, doravante, com a apresentação de suas razões e juntada de documentos no referido procedimento, demonstrará a improcedência das acusações”, pontuou.

A Codevasf, por sua vez, alegou que “colabora com o trabalho das autoridades desde a primeira fase da operação”.

“No âmbito de apurações internas relacionadas às operações, a Codevasf demitiu um funcionário no mês de agosto após a conclusão de processo conduzido por sua Corregedoria. A Companhia mantém compromisso com a elucidação dos fatos e com a integridade de suas ações — e continuará a prover suporte integral ao trabalho das autoridades policiais e da Justiça”, pontuou.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?