Cobrado, Eduardo Bolsonaro reclama de perfis robôs pró-Weintraub
Bolsonaristas radicais não gostaram da indicação de Tarcísio Freitas para candidato ao governo de SP e preferem o ex-ministro da Educação
atualizado
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O vento virou nas prioridades políticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros de sua militância raiz têm sido deixados pelo caminho em suas ambições eleitorais, num processo que tem erodido a base bolsonarista de forma traumática.
Nesta sexta-feira (14/1), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, reagiu a críticas que vinha recebendo após a confirmação, pelo pai, da pré-candidatura do ministro Tarcísio Freitas ao governo de São Paulo se dizendo vítima de um tipo de ataque coordenado pelas redes sociais.
Bolsonaristas que atacaram as instituições e, em muitos casos, estão enfrentando as consequências judiciais de atitudes extremistas em defesa do presidente não se contentam com a preferência dada à aliança com o Centrão. Muitos deles preferem ver como candidato do governo ao Palácio dos Bandeirantes o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Eduardo já foi desse time, e por isso virou alvo.
Falas e postagens dele de meados de 2020 estão sendo resgatadas nas redes. “Quando saiu a fala do ministro Weintraub sobre o STF, a popularidade dele só aumentou. As pessoas estão começando a pedir Weintraub para governador de São Paulo”, disse ele na época. “Sou entusiasta dessa ideia”, escreveu em outra postagem, em maio de 2020.
Ao reagir, Eduardo Bolsonaro deu a entender que a campanha, que traz uma hashtag em apoio ao ex-ministro, não é natural, ou “espontânea”, mas robotizada. “Agradeço o carinho e a espontaneidade dos que lembram agora destes prints de quase dois anos atrás”, escreveu ele.
“Porém, eu sei reconhecer de onde vim. Logo, o meu candidato para o governo de SP será aquele indicado pelo presidente”, completou ele, sem citar Tarcísio.
Em resposta a um perfil que reclamou da postagem e usou a palavra chave pró-Weintraub, Eduardo insistiu em acusar comportamento ilegítimo da conta: “E quem manda no seu perfil, criado em janeiro/2022, é você também, né?”, questionou.
Veja as postagens:
Weintraub no Brasil
Diretor do Banco Mundial por indicação do governo brasileiro desde o meio de 2020, quando deixou o governo porque seus insultos aos ministros do STF vieram a público, Weintraub está desembarcando no Brasil para tentar construir uma candidatura.
Nesta semana o ex-ministro aumentou o tom eleitoreiro em suas postagens nas redes sociais e narrou passo a passo sua viagem de volta.
Apartado de Bolsonaro, porém, o ex-ministro não tem muitas opções. Ele já foi convidado, porém, pelo jornalista e militante Oswaldo Eustáquio a se candidatar pelo pequeno Partido da Mobilização Nacional (PMN).