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Cobra Naja do DF será estrela na reabertura do museu do Butantan

A cobra picou um estudante de veterinária no ano passado e desencadeou uma investigação sobre tráfico de animais silvestres

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No Butantan, a naja é alimentada uma vez por mês com roedores em uma quantidade de 10 a 20% do seu peso
1 de 1 No Butantan, a naja é alimentada uma vez por mês com roedores em uma quantidade de 10 a 20% do seu peso - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Conhecida como Naja de Brasília, a cobra que picou um estudante de veterinária no ano passado – e desencadeou uma investigação sobre tráfico de animais silvestres – mora no Instituto Butantan, em São Paulo, desde agosto de 2020.

Em breve, o bicho iniciará um novo capítulo de sua história. Deve se tornar uma das atrações mais buscadas por visitantes do Museu Biológico do Instituto Butantan, na Zona Oeste da capital paulista, com previsão de reabertura para janeiro de 2022.

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“Ela chegou muito agressiva, ela está bem agora, menos agressiva, mas continua sendo uma agressividade maior que a da espécie, é algo típico dela mesmo”, contou Puorto
Naja deve ser uma das atrações mais buscadas por visitantes do museu biológico do Instituto Butantan
Giuseppe Puorto é diretor do museu biológico do Instituto Butantan
Biólogo de formação, Giuseppe começou a trabalhar na instituição em 1985
Giuseppe foi o único responsável por cuidar da Naja no Butantan de agosto até dezembro
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Conhecida como Naja de Brasília, cobra já é residente do Instituto Butantan, em São Paulo, desde agosto do ano passado

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“Ela chegou muito agressiva, ela está bem agora, menos agressiva, mas continua sendo uma agressividade maior que a da espécie, é algo típico dela mesmo”, contou Puorto

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Naja deve ser uma das atrações mais buscadas por visitantes do museu biológico do Instituto Butantan

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Giuseppe Puorto é diretor do museu biológico do Instituto Butantan

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Biólogo de formação, Giuseppe começou a trabalhar na instituição em 1985

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Giuseppe foi o único responsável por cuidar da Naja no Butantan de agosto até dezembro

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No Butantan, a Naja é alimentada uma vez por mês com roedores em uma quantidade de 10 a 20% do seu peso

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Pedro Krambeck se exibia nas redes sociais provocando a Naja em sua casa no DF

Reprodução/ Vídeo

“A expectativa para a reabertura é grande, porque, durante a pandemia, o instituto esteve em evidência por causa da vacina contra a Covid-19”, afirmou Giuseppe Puorto, diretor do museu do Butantan desde 1998, ao Metrópoles. “Além disso, quando a Naja chegou aqui, nós já estávamos fechados.”

Agressiva

Segundo o especialista, a Naja de Brasília, uma fêmea, é mais agressiva do que os exemplares da espécie costumam ser. No entanto, isso não é visto como um problema, apenas como uma particularidade.

“Ela está bem agora, menos agressiva, mas continua uma agressividade maior que a da espécie. É algo típico dela mesmo”, contou Puorto.

Giuseppe foi o único responsável por tomar conta do animal no Butantan de agosto até dezembro. “Como eu tenho mais experiência com bichos, então cuidei dela”, explicou.

Funcionário da instituição desde 1971, o pesquisador também conta, com orgulho, que pega e lida diretamente com a maior cobra do endereço, uma sucuri de 4 metros de comprimento.

Najas do Butantan

A Naja é alimentada uma vez por mês com roedores em uma quantia de 10% a 20% do seu peso. “A cobra foi projetada para comer pouco. Na natureza, ela come pouco. Aqui está confinada, se dermos muita comida, ela cresce, mas também pode ficar obesa”, disse.

Nos períodos de inverno e de troca de pele, a espécie recebe ainda menos alimento.

O Butantan abriga ainda uma Naja macho vinda de Balneário de Camboriú, em Santa Catarina. Esse animal foi  resgatado pelos Bombeiros em uma estação de tratamento de águas.

No entanto, elas ficam separadas. “Eu não quero filhote de Naja aqui, vai ser um excesso de Naja. Isso colocaria todo mundo em uma atenção maior sem necessidade”, explica Puorto.

Relembre o caso

Em 7/7/2020, o estudante de medicina veterinária com ênfase em animais silvestres e exóticos Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul foi picado por uma cobra Naja em sua casa, no bairro Guará, em Brasília.

O jovem de 22 anos chegou a ficar em estado grave e coma induzido na UTI do Hospital Maria Auxiliadora. Mas sobreviveu após ser tratado com soro produzido no Instituto Butantan, de São Paulo.

Posteriormente, a polícia descobriu que o estudante criava clandestinamente em casa a cobra da espécie naja kaouthia. O jovem chegou a ser preso, mas acabou solto após seus advogados conseguirem um habeas corpus.

Em 8/7/2020, um amigo de Pedro também estudante de medicina veterinária, Gabriel Ribeiro, 24 anos, deixou a Naja no estacionamento de um estabelecimento comercial. A serpente estava dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do Pier 21, no Setor de Clubes Sul.

Tráfico de animais

O episódio desencadeou uma investigação sobre tráfico de animais silvestres. Em agosto de 2020, a Polícia Civil do DF (PCDF) indiciou onze pessoas por crimes ambientais. Pedro Henrique foi indiciado por tráfico animais silvestres, associação criminosa e exercício ilegal da medicina veterinária.

A mãe do estudante, Rose Meire dos Santos Lehmkuhl, e o padrasto dele, o coronel da PMDF Eduardo Condi, também foram indiciados. O major Joaquim Elias Costa Paulino, comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF, também acabou denunciado.

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