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Cobertura vacinal de Yanomamis caiu de 80% para 53% nos últimos 4 anos

Dados foram apresentados pelo Ministério da Saúde. Principais causas de mortes na região são por quadros “preveníveis”, como desnutrição

atualizado

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Associação Urihi Yanomami
Voluntários da Associação Urihi Yanomami resgata criança indígena yanomani em maca vítima de desnetruição no norte do país. Ao fundo, é possível ver avião sobrevoando terreno. Crise dos Yanonamis - Metrópoles
1 de 1 Voluntários da Associação Urihi Yanomami resgata criança indígena yanomani em maca vítima de desnetruição no norte do país. Ao fundo, é possível ver avião sobrevoando terreno. Crise dos Yanonamis - Metrópoles - Foto: Associação Urihi Yanomami

A cobertura vacinal de indígenas dos povos Yanomami, em Roraima, caiu drasticamente nos últimos quatro anos. Segundo relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, o índice de cobertura do esquema vacinal completo saiu de 80% em 2018 para o patamar de 53% em 2022, em mais um indício do quadro de desmonte na saúde que assola os povos originários na região.

Os dados coletados pela pasta também apontam que o número de casos de malária no território aumentou mais de 105%. Em 2018, eram 9.928 casos, enquanto em 2022, foram 20.393 diagnósticos para a doença.

A população da etnia sofre uma grave crise humanitária, ocasionada pelo crescimento da atividade garimpeira dentro das próprias terras. Nos últimos dias, pelo menos mil indígenas da etnia foram resgatados para atendimento médico emergencial, com quadros graves de desnutrição e malária.

A situação no território é considerada grave pelo Ministério da Saúde. Em 20 de janeiro, o governo federal decretou Estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na região.

Ao longo do período, a pasta produziu um relatório em que aponta uma série de omissões e indícios das condições “insalubres” de atendimento emergencial a comunidades indígenas.

Percentual de cobertura do esquema vacinal completo EVC dos Yanomamis:

O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe Tapeba, afirmou nesta terça-feira (7/2) que o território indígena Yanomami foi vítima de um “verdadeiro aparelhamento político”. A equipe da pasta fez um balanço sobre o socorro prestado à comunidade desde o início das ações do governo federal.

“O que a gente experimentou nos últimos anos foi um verdadeiro aparelhamento político, de verdadeiras oligarquias políticas que detêm o poder aqui em Roraima e o território Yanomami foi vítima disso. As dificuldades que identificamos aqui de gestão, administração, são resultado desse aparelhamento”, descreveu Tapeba.

Combate ao garimpo ilegal

O garimpo ilegal cresceu 54% e devastou novos 1.782 hectares da Terra Indígena Yanomami (TIY) em 2022, segundo monitoramento da Hutukara Associação Yanomami (HAY), divulgado pelo Instituto Socioambiental (ISA).

O dado representa um aumento acumulado de 309% se comparado aos índices de 2018, quando a instituição começou a acompanhar o avanço da atividade criminosa no território.

Em uma ação para combater a atividade garimpeira ilegal, a Força Aérea Brasileira (FAB) criou bloqueios no espaço aéreo na terra indígena desde 1º de fevereiro. Uma das formas usadas pelo garimpo para chegar a essa região é usando helicópteros e aviões, a Aeronáutica dividiu o espaço aéreo em três partes, com diferentes níveis de restrição de voo.

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