Coaf revela repasse de R$ 514 mil da Precisa para réu da Lava Jato
Empresa de Francisco Maximiano foi intermediária entre o laboratório indiano Bharat Biotech e o Ministério da Saúde na negocição da Covaxin
atualizado
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Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPI da Covid-19, afirma que Francisco Maximiano, dono da farmacêutica Precisa, empresa intermediária entre o laboratório indiano Bharat Biotech e o Ministério da Saúde na negociação da vacina Covaxin, ao custo de R$ 1,6 bilhão, teria repassado mais de R$ 500 mil a Newton Carneiro da Cunha, ex-diretor do Fundo de Previdência da Petrobrás (Petros).
Maximiano teria enviado, de acordo com o relatório de 16 páginas, R$ 514 mil para Newton Carneiro, que é réu na Operação Lava Jato.
O repasse, por meio da Precisa e da 6 M Participações, ambas de Maximiano, ocorreu entre outubro de 2015 e dezembro de 2020.
Newton Carneiro foi preso em 2018 por suspeita de fraude na Petros. Maximiano, também sócio da Global Gestão em Saúde, teve contrato rescindido pela Petrobras, recebeu multa da empresa e ficou proibido de fechar novos contratos com a estatal em 2015.
Maximiano conseguiu o direito de permanecer calado na CPI da Covid-19, em que seria questionado sobre relação com o deputado Ricardo Barros (PP-PR) e com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
A defesa do empresário nega irregularidades financeiras apontadas pelo Coaf, relatando que “presumir que alguém não possa trabalhar porque foi investigado pela Lava Jato é fruto de uma mentalidade que já se provou excessiva e danosa para nosso país, além de ser uma forma de condenação antecipada”.
Newton Carneiro não se manifestou a respeito das movimentações atípicas em documento do Coaf, obtido pelo O Globo.