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CNT: Amazônia, radares, Moro, Lava Jato. O que pensam os brasileiros?

Entrevistados defendem preservação do meio ambiente e criticam retirada de radares de rodovias federais. Pesquisa mostra apoio a Lava Jato

atualizado

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Daniel Beltrá/Greenpeace/Arquivo
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1 de 1 Amazônia-em-chamas - Foto: Daniel Beltrá/Greenpeace/Arquivo

Pautas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), como o desenvolvimento econômico sem grandes preocupações com a sustentabilidade e a retirada de radares de rodovias, têm pouca popularidade. Pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em parceria com o Instituto MDA, divulgada nesta segunda-feira (26/08/2019), mostra que as medidas são controversas.

De acordo com o levantamento, meio ambiente é a segunda área mais crítica do governo (26,5%), perde apenas para saúde (30,6%). O levantamento mostra que 93,5% consideraram a preservação muito importante. Somente 5,5% disseram ser pouco importante, e 0,5%, que não é importante.

Quando questionados sobre “desenvolvimento e meio ambiente”, 69% dos entrevistados disseram que deve haver equilíbrio entre a preservação e o desenvolvimento econômico do Brasil. Outros 22,9% disseram que a preservação do meio ambiente é mais importante que o desenvolvimento.

Um total de 5,6% disseram considerar o desenvolvimento do país mais importante e 0,9%, se manifestou indiferente à questão. A pesquisa indica que 83,4% da população vê o aquecimento global como uma realidade, e 11,8%, como “uma teoria exagerada”.

Na mesma tendência, segundo a CNT, 46,6% dos entrevistados se disseram contrários à proibição dos equipamentos de controle de velocidade em rodovias federais, pois, “apenas motoristas em excesso de velocidade são multados”; 35,6% se posicionaram a favor da proibição; 12,2% disseram não serem a favor nem contra; e 5,6% não souberam avaliar. Bolsonaro é a favor da retirada desse tipo de fiscalização.

Apesar de a maioria ser contra a proibição, 32,1% disseram acreditar na existência de uma “indústria da multa” nas rodovias, pois os equipamentos “são utilizados principalmente para multar e arrecadar, e não para educar os motoristas” e 21,5% concordaram, mas por achar que “há radares demais instalados sem estudo técnico que os justifiquem”.

Uma parcela menor, de 20,1%, disse não acreditar, “pois radares são importantes para reduzir o número de acidentes“. Outro grupo, de 12,8%, afirmou que não, “pois, só são multados os motoristas em excesso de velocidade”; e 13,5% não souberam responder.

Polarização e falta de projeto
Dois especialistas – um cientista político e um sociólogo – avaliaram os resultados a pedido do Metrópoles. Professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e da Universidade de São Paulo (USP), Rui Tavares Maluf frisa que a polarização e a necessidade de “ser do contra” interferem no andamento do governo.

“Bolsonaro faz questão de polemizar em tudo. Talvez não tenha percebido ainda a diferença entre candidato e um chefe de Estado. Questões pessoais interferindo nas políticas públicas. Esses comportamentos levam a sociedade a ter reações que tendem  a ser mais negativas”, explica.

A provável indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para assumir a Embaixada do Brasil em Washington, foi considerada “inadequada” por 72,7% dos entrevistados. “Acredito que a imagem do governo pode se deteriorar e fica mais difícil se sentir mobilizado para defender o presidente”, conclui.

O sociólogo Antônio Carlos Mazzeo, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), critica a “falta de projeto” de Bolsonaro. O presidente é reprovado por 39,5% da população brasileira, segundo o levantamento. Em fevereiro, quando foi feita a última pesquisa da série, a reprovação era de apenas 19%.

“Bolsonaro ainda não disse a que veio e qual o projeto que ele tem para o Brasil. Quem acompanha a vida política já sabia que isso daria problemas. A pauta do Bolsonaro não é de um estadista, mas sim a do Paulo Guedes (ministro da Economia). A pauta dele é impopular”, avalia.

O comportamento do presidente também interfere no entendimento de seu governo. “Não é alguém que tem postura de um presidente da República. Ele não pode se comportar como uma pessoa de senso comum, com piadas chulas e exemplos horrorosos. A população se assusta com isso. Acaba parecendo que ele não tem noção dos mecanismos de controle social e civil”, destaca.

Lava Jato e Sergio Moro
Mesmo com as recentes polêmicas relacionadas a atuação de procuradores e juízes da Lava Jato, a força-tarefa continua com forte apoio popular. Para 51% dos entrevistados, a operação está beneficiando o Brasil; 20,3% acreditam que não está ajudando nem prejudicando; e, para 16,8%, está prejudicando o país.

Sobre as supostas mensagens trocadas entre o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da Operação Lava Jato, terem sido obtidas de forma ilegal, 47,2% consideram que ainda assim elas deveriam ser usadas, porque o importante é o seu conteúdo.

A pesquisa foi feita entre os dias 22 e 25 deste mês. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 unidades da Federação. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

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