CNPq diz que gastos com aluguéis não atrapalham bolsas de estudo
O órgão nega que a troca de sede tenha gerado mais despesas e diz que a redução de valores não resulta em ações de fomento à pesquisa
atualizado
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Os gastos com aluguéis e a possível troca de sede dividiu a cúpula do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A situação se agravou após pressões internas e acusações de altas despesas.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o astronauta Marcos Pontes, já deu indícios de que pretende reduzir os gastos do CNPq com aluguéis e ordenar o retorno da autarquia para a sede antiga. Hoje, o órgão ocupa um prédio no Lago Sul, sob o custo de R$ 744 mil mensais.
“Nós estamos reestruturando o CNPq. Vamos parar de pagar aluguel e mudar para o prédio antigo. Além disso, a própria gestão será repensada. Eu preciso mesmo de tanta gente? Você tem que fazer uma análise se é necessário esse tanto de gente para fazer determinada tarefa”, disse o ministro em recente entrevista.
A declaração desencadeou uma reação. Segundo o CNPq, o gasto com a locação da sede diminuiu 24%. O órgão desembolsava R$ 984,5 mil. “Esse valor é resultado de sucessivas negociações com a proprietária do prédio, realizadas nos últimos dois anos, que reduziram o valor contratado do aluguel“, rebate o CNPq, em nota.
Além disso, segundo órgão, foi transferido à proprietária os custos com benfeitorias e manutenções prediais, como a instalação de usina fotovoltaica que proporciona economia estimada em cerca de 20% na despesa de energia elétrica, os gastos com brigada de incêndio, manutenção de ar condicionado e dos elevadores.
Projetos
Pontes defende que as finanças do CNPq sejam restruturadas para se evitar cortes de bolsas e de fomento à pesquisa. Para ele, “este o momento mais difícil” da autarquia desde sua criação, no início da década de 1950.
Apesar dos esforços para redução de gastos com aluguéis, o CNPq ressalta que isso não resulta em mais bolsas. “Reforçamos que qualquer redução de custos nesse contexto otimiza o gasto público com as atividades meio, aumentando a capacidade administrativa do CNPq, mas não resulta, necessariamente, em uma maior capacidade orçamentária para ações de fomento à pesquisa, tendo em vista que são rubricas diferentes”, pondera o texto.